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12 religiões afro que se espalharam pelas Américas

O tráfico escravo exportou as religiões afro para todos os cantos das Américas e Caribe, do Brasil aos EUA

Por Tiago Cordeiro
Atualizado em 26 abr 2023, 10h58 - Publicado em 19 mar 2018, 12h19

1. Santeria

Cuba

cuba
(Jorge Royan/Creative Commons)

As canções são entoadas em lucumí, uma variação do iorubá falado onde hoje fica a Nigéria. Os rituais são muito parecidos com os do candomblé brasileiro. Acontecem em ilês, ou “casas dos santos”, onde geralmente os sacerdotes vivem. Os orixás também lembram os do candomblé, ainda que alguns, como Ossain (a divindade que vive nas matas e controla as folhas), sejam mais importantes em Cuba do que no Brasil.

2. Palo Monte

Cuba

Os bantus, vindos da região onde fica o Congo, mantinham práticas de culto aos egunguns, nome dado aos espíritos dos ancestrais da comunidade. Esse costume foi preservado entre os cubanos, que organizaram um culto cheio de diferentes métodos de adivinhação – o mais comum usa cascas de coco. O nganga, um caldeirão cheio de galhos de madeira, abriga um egungun específico, com o qual é possível fazer contato.

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3. Vodu

Haiti e Nova Orleans (EUA)

vodu
(Calvin Hennick, for WBUR Boston/Creative Commons)

Acredita num deus supremo chamado Bondye, nome inspirado na expressão em francês para “bom Deus”. Assim como todas as outras crenças listadas aqui, pratica o sacrifício de animais em situações específicas. Surgido na parte da África onde hoje ficam Gana, Togo e Benin, o vodu é comandado por mulheres, que lideram rituais em que médiuns incorporam as entidades e prestam orientações aos visitantes do templo.

4. Obeah

Trinidad e Tobago

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Iniciada na Jamaica e disseminada por todo o Caribe, em especial Trinidad e Tobago, onde ganhou características próprias, como o culto a Moko, um deus surgido no Congo. Todos os anos, os moradores do país usam, no Carnaval, máscaras em sua homenagem. A religião também diz que existem os douen, fantasmas de crianças que morreram sem ser batizadas e que vagam à noite perseguindo quem sai para a rua sozinho.

5. Kumina

Jamaica

Inspirou um estilo de música e de dança muito popular no país, que lota shows e movimenta grandes gravadoras. Os seguidores da kumina, de fato, dançam e cantam muito durante os rituais. Usam roupas e lenços coloridos – a não ser quando um membro da comunidade morre, e então os fiéis dançam vestindo preto e branco. Essa fé se desenvolveu a partir do século 16, inspirada em crenças de escravos vindos de Angola.

6. Winti

Suriname

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winti
(Tropenmuseum, part of the National Museum of World Cultures/Creative Commons)

Os deuses winti se organizam de acordo com seus territórios (terra, ar, água e fogo) e prestam contas a uma divindade suprema, conhecida como Anana Kedyaman Kedyanpon. Além disso, os ancestrais podem entrar em contato com os chefes das famílias. Esse é o conjunto de crença que dá suporte a essa fé, desenvolvida na
época em que o país, o menor 
da América Latina, era controlado pelos holandeses.

7. Quimbois

Martinica

Resultado da adaptação da religião tradicional do Congo, lembra a quimbanda, uma linha da umbanda brasileira. Os praticantes costumam sacrificar animais e colocar as ossadas em encruzilhadas. Durante as festas, os visitantes recebem receitas de banhos de limpeza, de amuletos de proteção e até mesmo de bebidas afrodisíacas. Assim como no vodu, os praticantes fazem bonecos para pregar adereços pedindo emprego, casamento ou saúde.

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8. Candomblé

Brasil/Bahia

A religião de origem africana mais popular do Brasil é resultado de uma combinação de influências da Nigéria, de Benin, de Angola e do Congo. Os primeiros terreiros surgiram em Salvador, e adotaram duas dezenas de orixás, a partir das centenas que existem na África. Cada um deles foi relacionado a um santo católico, um costume muito comum em todas as Américas – era uma forma de driblar a perseguição dos senhores de escravos.

9. Xangô

Brasil/Pernambuco

xango
(André Koehne/Creative Commons)

Surgiu a partir de 1875, em Recife, quando a escrava Inês Joaquina da Costa plantou uma gameleira (árvore que representa o orixá Iroko) e fundou o Ilê Obá Ogunté, que depois ficaria conhecido como Sítio de Pai Adão, em referência ao pai de santo que popularizou a casa. O xangô é praticado na faixa que vai do Rio Grande do Norte até Sergipe. Assim como no candomblé, os cânticos são entoados em língua africana.

10. Tambor de mina

Brasil/Maranhão

Maranhão e Piauí, mas também Amazonas e Pará, abrigam grandes terreiros dessa religião, que se destaca pelo uso de túnicas e toalhas coloridas e mais parecidas com as dos cultos afro que se desenvolveram no Caribe. Além de orixás, são louvados os caboclos – sinal da forte influência da religiosidade indígena na região. Em geral, o transe é discreto, e parte dos cultos não é aberta ao público. As maiores lideranças são mulheres.

11. Babaçuê

Brasil/ Amazonas

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Também conhecida como Batuque de Santa Bárbara, a religião cultua uma entidade chamada Bárbara Suera – de onde veio o nome Babaçuê. As cerimônias acontecem ao som de atabaques invocando a presença de entidades indígenas. Cultua poucos orixás, em especial Iansã e Xangô (e eles conversam com as pessoas, coisa que não fazem no candomblé). Também cultua os vodus, as entidades espirituais do antigo reino de Daomé, na África.

12. Batuque

Brasil/Rio Grande do Sul

batuque
(thimhz/Domínio Público)

Formada pelos escravos que viviam no sul do País, tem influência da Nigéria e é muito praticada também no Uruguai e na Argentina. Os africanos chamavam sua fé de “pará” – o nome batuque era um apelido pejorativo dado pelos brancos. As comidas servidas aos orixás ganham adaptações: Ogum, por exemplo, é agraciado com churrasco, e Oxum ganha polenta. Em geral, o ritual não é diferente do que se pratica no Nordeste.

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