Dia das Mães: Assine a partir de 10,99/mês

A história de Mike, o frango que sobreviveu 18 meses sem a cabeça

Nos anos 1940, o animal fez uma turnê pelos Estados Unidos. Entenda o conjunto de fatores que permitiu a existência dessa raridade.

Por Maria Clara Rossini
29 nov 2024, 16h00

No dia 10 de setembro de 1945, o fazendeiro Lloyd Olsen estava fazendo seu trabalho de sempre: abatendo frangos para vender. Ele ficava encarregado de cortar a cabeça dos animais enquanto sua esposa, Clara, depenava o corpo. Os dois trabalhavam em uma fazenda em Fruita, no estado americano de Colorado.

Logo após a decapitação de um frango, é comum que ele continue se movendo por alguns minutos – uma resposta automática do sistema nervoso. Acontece que, naquele dia, um dos 50 animais abatidos não parou de se mexer. Ao final do serviço, o casal percebeu que um dos frangos ainda estava vivo, mesmo sem a cabeça. Lloyd o colocou em uma caixa e voltou na manhã seguinte. O bicho continuava andando e batendo as asas.

Mas como? O cérebro da galinha está localizado na parte de trás da cabeça. Quando o fazendeiro aplicou o golpe (quase) fatal, ele acertou um ângulo específico que decepou boa parte da cabeça, mas manteve a veia jugular, parte de uma orelha e parte do cérebro intactas. Essa região era responsável pela respiração, digestão e outras funções vitais.

O frango, que recebeu o nome Mike, só não morreu sangrando graças a um coágulo muito bem posicionado. O esôfago e as vias aéreas ficaram expostos, permitindo que ele respirasse. Lloyd resolveu levá-lo junto com as outras carcaças de frangos ao mercado local. “Ele levou o frango com ele e começou a apostar cerveja ou qualquer coisa que ele tinha uma galinha viva sem cabeça”, disse o bisneto do casal, Troy Waters, em entrevista à BBC Magazine.

A notícia se espalhou rápido. Os Olsen fizeram uma turnê pelos Estados Unidos ganhando dinheiro de quem quisesse pagar para ver o frango sem cabeça. Eles cobravam US$ 0,25 na época (US$ 4,40 ou R$ 26,50 em valores atuais), e chegaram a ter 600 visitantes em um único dia. A fama chamou a atenção da revista Life, que fez uma reportagem sobre a ave.

Continua após a publicidade

Para alimentar o frango decepado, Lloyd e Clara usavam um conta-gotas para pingar água e comida líquida diretamente no esôfago exposto. O casal também usava uma seringa para limpar o muco acumulado na garganta. Dessa forma, Mike viveu por 18 meses. 

Em 17 de março de 1947, o casal acordou de madrugada com o som da ave sufocando. Mike estava engasgando com o próprio muco, mas a seringa não estava por perto para ser usada. Os Olsen estavam em um motel em Phoenix, e haviam esquecido o instrumento no último local em que o frango fora exposto. Tudo que puderam fazer foi assistir à galinha dos ovos de ouro asfixiar até a morte.

Mike ainda é lembrado em Fruita, Arizona. Todos os anos, no mês de maio, a cidade celebra o Headless Chicken Festival, ou “Festival do Frango Sem Cabeça”, que reúne música, comida e uma corrida pelas ruas de Fruita.

Continua após a publicidade
Compartilhe essa matéria via:
Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.