Os faraós do antigo Egito consideravam as esmeraldas um símbolo de imortalidade. O que eles não sabiam é que essas pedras verdes contêm também uma boa dose de História. A descoberta foi feita pelo químico francês Gaston Giuliani, do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento, na França. “As pedras de cada parte do mundo têm uma espécie de carteira de identidade”, disse Giuliani à SUPER. Ele se refere à proporção de oxigênio radioativo – que sempre se encontra no mineral e é diferente em cada região do mundo. Partindo daí, Giuliani resolveu estudar a procedência de nove esmeraldas famosas para traçar as rotas de comércio desde a Antiguidade (veja infográfico). Acabou descobrindo que uma pedra da coroa francesa do século XIII veio de uma mina da Áustria que se supunha ter sido escavada apenas no século XVIII.
O mapa das esmeraldas
Pesquisador revela a origem de nove jóias famosas.
Esta pedra da coroa do monarca francês Luís IX, que reinou entre 1226 e 1270, veio de uma mina austríaca.
Célebres por terem sido estudadas pelo fundador da mineralogia, Abbé Hauy, em 1806, estas duas esmeraldas vieram uma da Áustria e outra do Egito.
Esta esmeralda ganhou fama porque estava nos destroços do galeão espanhol Nuestra Señora de Atocha, afundado em 1622. Vinha da Colômbia.
O tesouro de Hyderabad, na Índia, tem quatro pedras. Achava-se que eram do século IV a.c., tempo de Alexandre, o Grande. Mas verificou-se que três delas são da Colômbia e portanto só foram extraídas depois da colonização espanhola, no século XVI.
Natural do distante Paquistão, a mais antiga pedra estudada pelo francês Giuliani adorna um brinco de ouro do tempo do Império Romano. A jóia só foi achada em 1997, por arqueólogos.