PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

As egípcias “inventaram” a tatuagem na lombar – há 3 mil anos

Não é coisa dos anos 2000: as imagens tatuadas na parte interior das costas supostamente ofereciam proteção durante o parto.

Por Leo Caparroz
11 nov 2022, 16h02

Novas evidências arqueológicas mostram que tatuagens na parte inferior das costas não são novidade deste século, mas sim, algo comum no Egito de três mil anos atrás.

As pesquisadoras Anne Austin e Marie-Lys Arnette descobriram pelo menos seis tatuagens no sítio de Deir el-Medina. Segundo elas, as tatuagens em carne antiga e estatuetas encontradas no local provavelmente estão ligadas ao antigo deus egípcio Bes, que protegia mulheres e crianças, especialmente durante o parto. Suas descobertas foram publicadas no periódico Journal of Egyptian Archaeology.

“Pode ser raro e difícil encontrar evidências de tatuagens porque você precisa encontrar pele preservada e exposta”, conta Austin. “Nós nunca desembrulhamos pessoas mumificadas. Nossas únicas chances de encontrar tatuagens são quando saqueadores fazem isso, deixando a pele da múmia exposta”.

A evidência veio de duas tumbas examinadas por ela e sua equipe em 2019. Dentro dela, os pesquisadores encontraram um osso do quadril esquerdo de uma mulher de meia-idade. Um pedaço da pele estava preservado, onde é possível ver padrões de coloração preta escura. A tatuagem teria percorrido a região lombar da mulher. O desenho mostra o deus Bes e uma tigela, imagens que representam o ritual de purificação realizado nas semanas que sucedem o parto. Veja abaixo.

Imagem de fragmento de tatuagem no osso do quadril esquerdo de uma mulher egípcia mumificada enterrada em Deir el-Medina.
A tatuagem no osso do quadril de uma mulher egípcia mumificada. (Anne Austin/University of Missouri-St. Louis/Divulgação)
Continua após a publicidade

Outra tatuagem foi encontrada em um túmulo próximo, também de uma mulher de meia-idade. O desenho era difícil de ver a olho nu, então os pesquisadores utilizaram fotografia infravermelha. A tatuagem mostra um wedjat (o Olho de Hórus) e uma possível imagem de Bes usando uma coroa de penas. Segundo as pesquisadoras, essas imagens também representam proteção e cura.

Encontradas no sítio arqueológico décadas atrás, três figuras de barro representando corpos de mulheres foram reexaminadas por Arnette. Essas estatuetas possuem tatuagens na parte inferior das costas e na parte superior das coxas, incluindo representações de Bes.

Segundo as pesquisadoras, essas tatuagens e representações são semelhantes a imagens que mostram mulheres grávidas, parteiras e mães participando de rituais pós-parto – usados para proteção da mãe e da criança.

Continua após a publicidade

“Espero que mais estudiosos encontrem evidências do tipo para que possamos ver se isso é algo único ou parte de uma tradição mais ampla no antigo Egito que simplesmente ainda não conhecíamos”, diz Austin.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.