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Caverna espanhola era estúdio de arte há mais de 58 mil anos

Há mais de mil obras de arte rupestre na Cueva de Ardales, que teria sido visitada por neandertais e por antigos humanos.

Por Luisa Costa
9 jun 2022, 16h38

Um terremoto sacudiu o sul da Espanha há 200 anos. A consequência inesperada foi uma descoberta arqueológica: os tremores revelaram a entrada da Cueva de Ardales, um sistema de cavernas que tem mais de mil obras de arte rupestre em suas paredes.

O lugar foi explorado já em 1821. Mas ainda não estava claro quem – e quando – fez os desenhos em vermelho de animais, humanos, formas abstratas e impressões de mãos. Agora, novas escavações e análises trouxeram ideias mais precisas aos cientistas.

Há cerca de 58 mil anos, neandertais e, mais tarde, os primeiros humanos modernos teriam pintado a Cueva de Ardales. A conclusão está em um estudo publicado este mês na revista PLOS One, conduzido por José Ramos-Muñoz, da Universidade de Cádiz (Espanha).

A equipe de pesquisadores espanhóis e alemães estudou a caverna entre 2011 e 2018, e usou técnicas de datação por radiocarbono e urânio-tório para determinar a idade das pinturas. (Entenda nesta matéria da Super como isso funciona.)

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A maioria dos desenhos abstratos está localizada próxima à entrada da caverna, enquanto as pinturas mais elaboradas estão em zonas mais escuras. Os pesquisadores também encontraram resíduos de carvão nas pontas das estalagmites da caverna. Os antigos pintores teriam usado essas formações rochosas verticais que aparecem no chão como… luminárias.

Acontece que a Cueva de Ardales não recebia luz solar durante a pré-história, segundo conclusões de estudos anteriores. “Então, a iluminação artificial [por fogueiras e tochas] teria sido necessária para circular no interior da caverna”, escrevem os pesquisadores. 

As últimas escavações também deixaram claro que o lugar não era um acampamento clássico, porque há poucas evidências de atividades domésticas por lá. Acredita-se que, em vez de abrigo, a caverna seria um lugar simbólico a ser visitado eventualmente – para se fazer as pinturas, por exemplo.

Entre os artefatos encontrados pelos pesquisadores, estão um dente de veado, um osso de gato selvagem, pedaços de ocre, algumas ferramentas e a mandíbula de um menino de 12 anos. Havia também um pedaço de corda do final do século 16 ou início do século 17 – que indica que alguém explorou a caverna centenas de anos antes do terremoto.

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“A Cueva de Ardales é uma das três cavernas com pinturas rupestres da Idade do Gelo Neandertal na Península Ibérica”, explica Gerd-Christian Weniger, da Universidade de Cologne (Alemanha) ao Gizmodo.

Apesar da caverna ter sido descoberta no século 19, os arqueólogos só se dedicaram a estudar as obras de arte em cerca de 1990. Ainda há partes intocadas do local, e provavelmente muita arte rupestre para conhecermos.

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