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Cientistas descobrem que múmia de 5 mil anos era calva

Ötzi viveu na Idade do Bronze, e teve o corpo muito bem preservado. Agora, uma análise de DNA revelou que ele era parente dos primeiros agricultores - e sofria de um problema comum até hoje. 

Por Leo Caparroz
21 ago 2023, 18h15

Encontrado em 1991, Ötzi é uma das múmias mais antigas que temos – teria vivido há 5 mil anos, durante a Idade do Bronze. Seu corpo inteiro foi extremamente bem preservado, junto das roupas e de um machado de bronze. Pesquisas com o cadáver foram capazes de afirmar várias coisas sobre sua vida: ele morreu assassinado por uma flecha nas costas, sua última refeição foi carne seca de ibex, carne de veado e trigo e seu machado foi feito na região da Toscana; contudo, ainda não sabiam como ele se parecia.

Por ter sido achado na região dos Alpes italianos, perto do vale Ötztal de onde veio seu nome, foi presumido que ele fosse um caçador-coletor caucasiano e coberto de pelos. Agora, um novo estudo revela que esse chute passou longe.

Publicado no periódico Cell Genomics, o estudo apresenta o sequenciamento genético do genoma de Ötzi depois de uma década de trabalho, produzindo o resultado mais completo até agora.

Segundo os pesquisadores, ele tinha olhos escuros e pele também escura. Além de passar por um problema que aflige muitos homens: ele era calvo.

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“A análise do genoma revelou características fenotípicas, como alta pigmentação da pele, olhos escuros e calvície, que contrastam fortemente com as reconstruções anteriores que mostram um homem de pele clara, olhos claros e bastante peludo”, afirma Johannes Krause, um dos autores do estudo.

O estudo também comparou seu DNA com o de outros indivíduos antigos, sugerindo que ele é descendente dos agricultores da Ásia Menor, no que hoje vai da Turquia até a Grécia e a Península Balcânica. Os genes de Ötzi mostram pouca mistura com as populações de caçadores coletores que já viviam na Europa naquela época – sua comunidade era pequena e isolada nos Alpes.

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Por volta de 7000 a.C., os primeiros agricultores migraram através do Mediterrâneo, seguindo o rio Danúbio para a Europa Central, trazendo sua técnica com eles. Os grupos foram se misturando com os caçadores coletores locais, de modo que, no final do quarto milênio a.C., as populações em grande parte da Europa já tinham o DNA de ambos.

Mas com Ötzi é diferente, sua ancestralidade vem quase inteiramente dos agricultores – mais de 90 por cento. Na verdade, seu genoma mostra a maior proporção dessa ancestralidade já encontrada entre os europeus de sua época. Estudos anteriores de DNA sugeriram que Ötzi estaria relacionado com os povos pastores da estepe russa, mas essas amostras provavelmente estavam contaminadas por DNA moderno.

Além das características físicas, os genes também revelaram algumas informações curiosas sobre sua saúde. Ötzi tinha, por exemplo, uma predisposição genética para doenças cardiovasculares; além de diabetes tipo 2 e obesidade. Nenhuma delas se desenvolveu, em grande parte por causa de seu estilo de vida ativo e dieta saudável.

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