Arqueólogos descobrem imagens coloridas de múmias no Egito
Os primeiros retratos em cor encontrados em mais de um século estão entre os tesouros arqueológicos de uma escavação iniciada em 2016.
O Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito anunciou uma descoberta rara. Pesquisadores encontraram dois retratos completos de múmias egípcias no local de escavação Gerza, 120 quilômetros a sudoeste do Cairo. Esses exemplares são os primeiros do tipo a serem descobertas em mais de 115 anos.
Além dos retratos, a equipe também encontrou múmias, papiros, cerâmicas e caixões datados da fundação da cidade de Filadélfia (atualmente na área de Gerza) durante o período ptolomaico (305–30 a.C.) até a era romana (30 a.C.—390 d.C.).
Um comunicado do governo egípcio explica que o rei Ptolomeu II (309–246 a.C.) estabeleceu a Filadélfia (em grego antigo, “Cidade do Amor Fraternal”) como o ponto central de um projeto agrícola que buscava garantir alimento para seu império. O local multicultural, já habitado por gregos e egípcios, é alvo de escavações arqueológicas desde 2016.
Além dessas descobertas, os arqueólogos também encontraram uma rara estátua de terracota da deusa Ísis-Afrodite dentro de um caixão de madeira; e papiros escritos com uma espécie de cursiva egípcia e letras gregas que relatam as condições sociais, econômicas e religiosas dos habitantes da região. Esses achados mostram a influência grega na arte egípcia como consequência da comunidade mista que vivia por lá.
No entanto, os novos retratos de múmias são inegavelmente o que chama mais atenção na escavação – eles são os primeiros desde que um arqueólogo inglês encontrou 146 exemplares em um cemitério romano, em 1911.
Também chamados de retratos de Fayoum, por terem sido encontrados mais modelos no Oásis de Fayoum do que eu qualquer outro lugar no Egito, esses retratos coloridos da nobreza ancestral estão entre as pinturas antigas mais detalhadas conhecidas hoje.
A maioria das pinturas não está mais perto de sua respectiva múmia, o que torna difícil a identificação do rosto representado. Hoje, muitos museus e colecionadores de antiguidades possuem alguns desses retratos.
Mas, desta vez, as imagens achadas não vão a lugar algum tão cedo. Elas vão ficar no Egito para estudos aprofundados, em que os arqueólogos esperam conhecer mais sobre seus contextos de produção.