Como a máfia foi parar nos EUA?
O primeiro grande crime da máfia nos EUA aconteceu na cidade portuária de Nova Orleans, em 1890. O capitão de polícia David Hennessy foi assassinado numa emboscada atribuída a 18 sicilianos.
A máfia chegou à América junto com milhares de imigrantes italianos que desembarcaram no continente entre o fim do século 19 e início do século 20. “De 1901 a 1914, chegaram aos Estados Unidos mais de 800 mil sicilianos”, calcula o pesquisador italiano Salvatore Lupo, especialista na história da máfia. Ex-mafiosos e imigrantes que já conheciam o know-how da organização criminosa passaram a disputar em território americano o controle de atividades ilegais com gangues já estabelecidas por lá, como as irlandesas, alemãs e judaicas.
O primeiro grande crime da máfia nos EUA aconteceu na cidade portuária de Nova Orleans, em 1890. O capitão de polícia David Hennessy foi assassinado numa emboscada atribuída a 18 sicilianos. O crime estaria ligado à disputa pelo controle das docas e do comércio de frutas, protagonizada por dois grupos: os Provenzano e os Matranga. Na época, a cidade era o segundo maior porto para o comércio dos frutos cítricos da Sicília. Apesar de serem absolvidos pelo tribunal, 10 dos 18 acusados foram linchados por uma multidão raivosa – incitada, ao que tudo indica, por integrantes de gangues irlandesas rivais.
Na década de 1930, contudo, diferentes famílias de mafiosos ítalo-americanos fizeram um acordo que os transformaria nos bandidos mais ricos e poderosos dos EUA. Para acabar com as guerras sangrentas entre uma família e outra, dividiram o país entre eles e passaram a resolver suas diferenças diplomaticamente, em reuniões de cúpula periódicas. Foi a época de gângsteres lendários, do calibre de Al Capone e Lucky Luciano. Essa associação ficaria conhecida como “Sindicato do Crime”.