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Como surgiu o jiu-jitsu brasileiro e quais suas inovações?

Tudo começou em 1914, quando o japonês Mitsuyo Maeda, especialista nas artes marciais orientais, desembarcou no Brasil.

Por Milly Lacombe
Atualizado em 10 jan 2018, 19h16 - Publicado em 31 ago 2002, 22h00

Especialista nas artes marciais do Oriente,o japonês Mitsuyo Maeda vinha de uma turnê pela América do Norte e Central, onde apresentara – pela primeira vez no continente – o judô e o jiu-jitsu. Mais conhecido pelo apelido Conde Koma, Maeda fixou residência em Belém do Pará, como adido do cônsul do Japão, mas nunca deixou de ensinar as lutas em que era mestre. Um de seus alunos, Carlos Gracie, tinha um irmão franzino e de saúde frágil, chamado Hélio, que acabou criando uma técnica própria, baseada em alavancas – golpes que usam todo o peso do corpo (o seu e o do adversário). “Funciona como o macaco de trocar pneu. Vinte homens talvez consigam erguer um carro, mas um macaco faz o serviço com mais técnica e menos força”, diz Rorion Gracie, filho de Hélio e instrutor de jiu-jitsu em Los Angeles. Hélio viveu até os 95 anos. Morreu em 2009 e, segundo a família, ainda ensinava e treinava no tatame até 10 dias antes de falecer.

No início do esporte, ele constatou que o sistema funcionava melhor ainda no chão, onde o peso do corpo atingia sua força máxima. Nessa dupla estratégia – privilegiar as alavancas e levar a luta ao solo – está sua grande contribuição à luta original, possibilitando que um lutador mais fraco vença oponentes pesados. Foi isso que deslumbrou fãs de todo o planeta quando Royce Gracie, outro filho de Hélio, com apenas 77 quilos, derrotou Ken Shamrock, de 95 quilos, no Campeonato Mundial de Vale-Tudo de 1993. A partir daí, o estilo tornou-se cada vez mais popular, apelidado de BJJ (Brazilian Jiu Jitsu) e praticado em centenas academias só nos Estados Unidos – onde o livro Brazilian Jiu-Jitsu Theory and Technique, escrito por Royler e Renzo Gracie, encabeçou a lista de mais vendidos sobre artes marciais em 2001.

Davi e Golias: a técnica brasileira favorece o lutador fisicamente mais fraco

1. Parece que o lutador menor está sendo atirado ao chão pelo grandalhão, mas, na verdade, esse último é que está prestes a ser imobilizado

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2. Com as pernas prendendo o pescoço e o ombro do oponente, o menor deixa o oponente sem ação

3. Essa é a chamada chave de braço voadora. Bem- sucedida, pode render o adversário – ou, na pior das hipóteses, levá-lo para o chão, onde o suposto fracote leva vantagem

Vitória rasteira: o primeiro objetivo é levar a luta para o chão

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1. A luta começa sempre com os lutadores de pé. Mas o jiu-jitsu brasileiro busca levar o combate para o solo o mais rápido possível. Para isso, o lutador menor puxa o adversário

2. Ao girar o tronco, ele pressiona o oponente contra suas costas, travando-lhe o braço e – com um forte golpe do traseiro – tira seus pés do chão

3. Inclinando o corpo, o lutador mais leve puxa o braço preso do adversário, atirando-o por cima do seu ombro. Assim, ele realiza o seu objetivo de trazer a luta para o chão, onde poderá levar vantagem

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4. O lutador que consegue levar a luta para o chão sabe que ali poderá fazer uso do seu peso corporal em um poderoso golpe de alavanca para render o oponente

O maior sufoco: golpe especial estrangula com as pernas

1. Na posição defensiva, chamada de guarda, o lutador de baixo parece prestes a ser derrotado – mas tem tudo para virar o jogo com um golpe típico do jiu-jitsu brasileiro: o triângulo

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2 . O grandalhão fica vulnerável quando abre espaço entre o seu corpo e o do adversário. É quando o lutador fisicamente mais fraco usa a perna e o braço para deslocá-lo

3. Ao ganhar espaço, o lutador de baixo joga uma de suas pernas ao redor do pescoço do adversário e começa a girar o corpo, enquanto continua a deslocar o oponente com o braço direito

4. O golpe �� finalizado quando o lutador de baixo laça, com as pernas, a cabeça do oponente e usa a pressão do braço do adversário contra seu próprio pescoço

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Alavanca invencível: a chave de braço, ou arm lock, domina o oponente por completo

1. O lutador de baixo tenta estrangular o de cima, mas, ao fazer isso, deixa seu braço vulnerável a uma alavanca típica do jiu-jitsu brasileiro

2. A alavanca começa quando, girando o corpo para um dos lados, o lutador de cima, mais fraco, joga todo seu peso sobre o peito do oponente – ao mesmo tempo em que trava seus braços

3. Rodando a perna como um compasso, o lutador de cima – buscando sempre diminuir o espaço entre os dois corpos – joga a perna esquerda sobre o pescoço do oponente

4. Numa posição chamada de domínio absoluto, o lutador, sempre usando o peso do corpo, rende o oponente jogando-se para trás e travando-lhe o braço

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