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De James Bond a Jack Bauer

Desvendando conspirações com truques que desafiam a vida real, os espiões da ficção se transformaram em ícones da cultura pop. Conheça as histórias dos agentes secretos mais sensacionais do cinema, da televisão e dos quadrinhos.

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Atualizado em 31 out 2016, 18h25 - Publicado em 31 mar 2007, 22h00

Texto Roberta Faria

Eles dominam todas as armas e artes marciais, falam coreano, aramaico e aquele dialeto do interior da Venezuela. Conhecem um bom falsificador em qualquer país, dirigem helicópteros e submarinos, sabem abrir cofres e desarmar bombas, e jamais, jamais pegam engarrafamento, amassam a roupa, despenteiam o topete ou recebem um não da paquera. Sem uniforme nem superpoderes, os espiões da ficção saem ilesos de qualquer situação absurda apenas com charme e astúcia. São sucessos absolutos da cultura pop – e tem como não gostar de um cara que salva o dia disparando frases de efeito e sem precisar usar a cueca por cima da calça?

A trajetória desses agentes secretos acompanha a geopolítica mundial. No começo do século 20, quando os serviços de inteligência começaram a sair das sombras, a ficção incorporou espiões para combater um inimigo que usava a suástica e, geralmente, queria documentos secretos de algum quartel-general dos Aliados. O mote valeu até o fim da 2ª Guerra Mundial, quando os comunistas se tornaram o grande perigo. A paranóia da Guerra Fria ajudou a criar grandes ícones da espionagem, como James Bond.

Com o enfraquecimento da União Soviética, o mal se tornou mais mercenário, com inimigos que tentavam apenas dominar o mundo por dinheiro, sem grandes doutrinas políticas. A ameaça atômica da Guerra Fria foi trocada pelo terrorismo, mote que o 11 de Setembro popularizou. Aquela única personificação de todo o mal foi substituída por séries de agentes inimigos descartáveis e sucessivas situações-limite, e o Oriente Médio e a China entraram no mapa das operações da ficção.

A semelhança com a realidade pára mais ou menos por aí. Embora seja comum dizer que tal espião é inspirado em uma persona real, a verdade é que a vida nas agências costuma passar longe da aventura. Uma velha piada americana diz que, depois de cada filme de 007 ou episódio de 24 Horas, os diretores da CIA ligam para os engenheiros, dando pulinhos de excitação: “Podemos fazer isso? Podemos? Podemos?”

Seja lá de onde tenham saído, as aventuras de espiões são diversões clássicas, que, mesmo desatualizadas nos quesitos “acessórios” e “inimigos”, valem pelo suspense. Nas próximas páginas, relembre, conheça e aproveite o melhor da espionagem pop nos últimos 100 anos.

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Espionagem nas telas

Poucas profissões geraram ícones tão fortes no cinema quanto a de espião

James Bond

O primeiro filme, 007 Contra o Satânico Dr. No, tinha no papel principal um zé-ninguém escocês, um tal de Sean Connery, e um orçamento de US$ 1 milhão, ridículo até para a época. Pois rendeu 448 vezes seu custo, foi considerado o melhor filme de espiões de todos os tempos (confira na página 67) e abriu as portas para a mais bem-sucedida franquia do cinema. Deve ter sido a imagem de Ursula Andress saindo do mar de biquíni branco. Até hoje, 007 foi levado às telas 21 vezes, revezando 6 atores no papel principal.

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Ethan Hunt

De um seriado clássico dos anos 60, Tom Cruise fez uma trilogia de blockbusters. A série Missão Impossível é capitaneada por seu personagem, Ethan Hunt, um agente secreto americano que soma às habilidades tradicionais de força e destreza toda a diversão que os efeitos especiais de Hollywood podem comprar. Máquinas possantes, bugigangas high tech, disfarces infalíveis, locações em vários países, mocinhas bonitas, perseguições insanas e vilões megalomaníacos: é a fórmula completa.

Alicia Huberman

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Interpretada por Ingrid Bergman no clássico Interlúdio, do mestre Alfred Hitchcock, Alicia é uma espécie de Mata Hari. Filha de um espião nazista condenado, é obrigada pelo governo americano a agir como contra-espiã. Sua tarefa é encontrar um outro agente alemão no Rio de Janeiro e arrancar dele todos os segredos – na cama se necessário. O problema é que o coordenador da missão é o durão agente Devlin, interpretado por Cary Grant, e os dois se apaixonam loucamente.

Jack Ryan

O analista da CIA criado pelo escritor americano Tom Clancy apareceu em 4 filmes sem ligação entre si: Caçada ao Outubro Vermelho, interpretado por Alec Baldwin, Jogos Patrióticos, na versão de Harrison Ford, Perigo Real e Imediato, também com Ford, e A Soma de Todos os Medos, com Ben Affleck. Apesar de ser o verdadeiro agente – aquele que passa o dia lendo relatórios no escritório – sempre calha de Ryan ter que levantar da cadeira para salvar o mundo.

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Nikita

Condenada à morte depois de cometer, chapadíssima, um violento assalto, a punk Nikita recebe uma pena alternativa: entrar para uma escola ultra-secreta, onde será treinada para ser uma espiã e assassina do governo francês. Nikita tem um talento nato para roubar, matar e desaparecer, mas não ter vida pessoal é um problema. O filme do diretor Luc Besson ganhou um bom remake americano (A Assassina) e ainda virou um seriado de 5 temporadas na TV, La Femme Nikita.

Nathan Muir

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Em Jogos de Espiões, Robert Redford interpreta Muir, um veterano da CIA que, um dia antes de se aposentar, recebe a notícia de que seu protegido, Tom Bishop (papel de Brad Pitt), está preso na China, a 24 horas da execução, e o governo americano não está disposto a negociar. Muir então vai à luta, mesmo estando brigado com Bishop por conta de uma mulher. A graça do filme é contrapor a velha escola da espionagem, forjada no segundo período da Guerra Fria, versus uma nova geração, sem inimigos exatos.

 

Os espiões de papel

Os representantes dos agentes secretos no mundo das histórias em quadrinhos

Agente Secreto X-9

Criado em 1934 pelos americanos Alex Raymond, pai de Flash Gordon, e Dashiell Hammett, pai da literatura noir, X-9 era um agente secreto sem nome, que trabalhava para uma agência igualmente secreta e anônima. As HQs misturavam aventuras detetivescas e tramas de espionagem, e foram publicadas no Brasil na mesma época. Suas histórias duraram 3 décadas (com outros autores se revezando na criação) e tornaram-se um clássico dos quadrinhos.

Blake & Mortimer

Outro clássico, explora a boa e velha fórmula dos opostos que se atraem. Philip Mortimer, à la Indiana Jones, é um professor britânico que cresceu na Índia colonial, está sempre metido em confusão e, mesmo nessas horas, é capaz de cometer piadinhas. Estaria morto no primeiro gibi se não fosse o sério e eficiente militar Francis Blake, seu melhor amigo. Ambos são agentes secretos do MI5. A dupla foi criada pelo belga Edgar P. Jacobs em 1946.

Spy vs. Spy

Criado por Antonio Prohías em 1961, no auge da Guerra Fria, as tirinhas dos bicudos espiões Branco e Preto (em algumas traduções, chamados de X e Y) tornaram-se clássicos da revista americana de humor MAD. Sem diálogos, os quadrinhos mostram a dupla sempre brigando, com estratégias e armas absurdas. Algo como um Papa-Léguas versus Coyote da espionagem. Depois da aposentadoria de Prohías, vários artistas assumiram as tiras, publicadas até hoje.

Modesty Blaise

Linda, sexy e muito decotada, ela é a versão feminina – e muito mais moralmente ambígua – de James Bond. Criada em 1962, em plena Guerra Fria, por Peter O’Donnell e Jim Holdaway, Modesty começou a carreira nos quadrinhos como uma mercenária, líder da The Network, uma sociedade criminosa internacional. Aposentou-se jovem e milionária na Inglaterra, mas a entediante boa vida a levou a aceitar um convite da inteligência britânica para tornar-se uma mortal agente secreta.

Viúva Negra

Natalia Romanov foi criada por um programa soviético que treinava jovens órfãs nas artes do combate e da espionagem. Crescida, adotou o codinome Viúva Negra e se transformou na agente mais sexy e fatal da cortina de ferro. Depois de um namoro com o Gavião Arqueiro, co meçou a aparecer ao lado do bem. Teve um longo caso com o Demolidor, foi free-lancer da S.H.I.E.L.D. e parceira do Motoqueiro Fantasma até entrar para a trupe dos Vingadores.

Hellboy

Nascido nas profundezas do inferno, Hellboy foi trazido à Terra durante uma sessão de ocultismo entre nazistas. A missão desandou e o pequeno endiabrado foi parar com os Aliados. Educado nos mais altos valores humanistas, Hellboy tornou-se um demônio do bem, membro de uma secreta agência americana que investiga fenômenos sobrenaturais. Criado em 1993 por Mike Mignola, o personagem ganhou um ótimo filme homônimo em 2005, dirigido por Guillermo del Toro, do badalado O Labirinto do Fauno.

 

O outro lado

Tirando sarro dos clichês da espionagem, as paródias conquistaram legiões de fãs

Mortadelo & Salaminho

Paródia pastelão em quadrinhos, a dupla espanhola foi criada por Francisco Ibáñez em 1958 e fez sucesso no Brasil nos anos 60. Mortadelo é alto, magro, careca e se autodenomina mestre dos disfarces. Salaminho é baixinho, irritado e sempre leva porrada no final. Agentes secretos da T.I.A. (o nome da agência é uma brincadeira com o seriado americano O Agente da U.N.C.L.E. – uncle é “tio” em inglês), são desastrosos e estragam todas as missões. Em 2003, também ganharam uma adaptação para o cinema.

Agente 86

Na cola do sucesso James Bond, Mel Brooks, o rei das paródias sem-noção, criou em 1965 Get Smart. O seriado era estrelado pelo desastrado espião Maxwell Smart, mais conhecido como Agente 86, e era pródigo em tirar sarro de Ian Fleming, em especial das engenhocas de Q, como o famoso sapatofone. Apesar da estupidez, o Agente 86 sempre resolvia o caso sem ser descoberto. Em 1980, a série virou filme, cujo mote era uma bomba que, ao explodir, deixava as pessoas peladas. Este ano, outro filme será rodado, com Steve Carrell no papel principal.

Austin Powers

“Do I make you horny?” O nada sutil Austin Powers transformou tudo que James Bond prezava em motivo para piadas obscenas e/ou escatológicas. Criação do comediante Mike Myers, Powers fez uma bem-sucedida trilogia no cinema, cheia de referências a produções de espionagem dos anos 60 e 70. Abusando do visual psicodélico-futurista, os filmes têm motes absurdos, vilões megalomaníacos, mocinhas gostosas e peito cabeludo – sexy, baby!

 

Espionagem em série

Os espiões dos seriados de televisão marcam gerações de espectadores

MacGyver

Ele só precisava de seu canivete, um rolo de fita adesiva e qualquer coisa que estivesse à mão para desarmar uma bomba, construir um avião ou inventar a fusão a frio. A série, que foi ao ar de 1985 a 1992, foi um sucesso mundial ao mostrar um ex-agente secreto que retoma as atividades para combater terroristas, assassinos, ladrões e afins. Contra o porte de armas por causa de um trauma de infância, MacGyver usa apenas seus conhecimentos científicos para se safar de armadilhas e prender os bandidos no final do episódio.

Alias

A linda Jennifer Garner interpreta Sidney Bristow, uma estudante que vira espiã da SD-6, agência ultra-secreta que atua como “filial” da CIA. Quando descobre que na verdade a agência é do mal, passa à vida dupla, colaborando também para a verdadeira CIA. Superagente, domina várias línguas, nocauteia brutamontes e é ótima no improviso. A mistura de ação com mitologia, aventuras em locações exóticas, acessórios high tech, pitadas de romance, conflitos familiares e disfarces durou de 2001 a 2005.

24 Horas

O incontrolável Jack Bauer só tem dias ruins. Como agente secreto da Unidade de Contraterrorismo de Los Angeles – ele até muda de cargo, mas sempre volta à função – ele salva o presidente, a família, os EUA e o mundo em 24 horas, enfrentando terroristas, ameaças biológicas e nucleares, conspirações políticas e burocracias internas, não importando o quanto apanhe ou quem precise matar e torturar no caminho. Atualmente na 6ª temporada, é sucesso mundial.

 

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