Há cem anos, jornais americanos faziam propaganda para vender… eletricidade
Mesmo 40 anos após o surgimento da energia elétrica, algumas pessoas ainda tinham que ser convencidas sobre as vantagens de usá-la nas fábricas.
Se você não consegue viver sem seu celular hoje, imagine só ficar sem geladeira ou luz durante a noite. Essa era a realidade de muitas cidades há apenas cem anos. Thomas Edison criou a lâmpada elétrica em 1879, e a primeira usina de energia elétrica em 1882. A primeira conta de luz da história foi enviada para uma empresa de latão e cobre de Nova York, no valor de U$ 50,40 (equivalente a mais de U$ 1.000 em valores atuais).
Ter energia em casa ou em indústrias era caro, e nem todo mundo estava convencido de que o investimento valia a pena. Mesmo em 1920, 40 anos após a introdução da energia elétrica nos Estados Unidos, o jornal New York Tribune publicava propagandas sobre os benefícios da eletricidade. A página abaixo circulou no dia 5 de outubro de 1920.
“Nunca antes as questões de economia e eficiência na produção foram de tamanha importância quanto agora na vida industrial do país. Isso é verdade tanto para as grandes plantas quanto para as pequenas lojas. A eletricidade está provando ser a agência mais efetiva para solucionar diversos problemas à medida que aparecem”.
O anúncio ainda mostra alguns dos usos úteis da eletricidade em fábricas: iluminação adequada para evitar acidentes; ventilação elétrica; e redução do trabalho exaustivo. As imagens mostram equipamentos elétricos como impressoras, cortador de tecido e geladeiras.
Quem colocava essas propagandas nos jornais era a New York Edison Company – companhia de energia elétrica que funciona até hoje sob o nome Consolidated Edison. Ao final do anúncio, a empresa lista endereços onde os visitantes podem ver as máquinas elétricas em funcionamento.
O blog da Biblioteca do Congresso, onde está o jornal histórico, diz que “em 1920, a eletricidade ainda era tão nova que a New York Edison não tinha apenas que convencer os consumidores a comprar deles especificamente, mas de comprar o produto [a eletricidade] no geral”. E ainda escreve que “ainda existiam algumas pessoas que precisavam ser convencidas de que a eletricidade era mais do que uma mania passageira”.