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Lixo hospitalar do século 16 é encontrado em poço na Itália

De potinhos de coleta de urina a itens pessoais de pacientes, a descoberta revela detalhes sobre os hábitos de higiene da época. Confira.

Por Leo Caparroz
Atualizado em 15 Maio 2023, 18h44 - Publicado em 15 Maio 2023, 18h07
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  • Em abril, arqueólogos anunciaram a descoberta de uma série de equipamentos médicos do Ospedale dei Fornari, um hospital fundado em 1564, em Roma.

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    O achado se deu no que um dia funcionou o Fórum de César, feito por Júlio César em 50 a.C.. O Ospedale dei Fornari, construído nas redondezas do antigo fórum, teria usado o local como depósito de lixo potencialmente infeccioso – uma tentativa de reduzir a propagação de doenças.

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    As escavações aconteceram em 2021. Os arqueólogos encontraram uma câmara de 2,8 metros de profundidade, revestida de tijolos e com uma camada de argila compacta cobrindo tudo. Acredita-se que o buraco tenha sido usado apenas uma única vez – o lixo foi jogado, e depois o poço foi selado.

    O que os arqueólogos encontraram?

    O interior do poço guardava pequenos vasos intactos, cacos de cerâmicas, potes de vidro e itens pessoais, como estatuetas e medalhas.

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    Mais da metade dos vasos de vidro (inteiros ou em pedaços) recuperados do lixão são provavelmente o que os médicos antigos chamavam de matula – um potinho de coleta de urina.

    Durante a Idade Média e o Renascimento, a prática da uroscopia era uma ferramenta diagnóstica central para os médicos. Era um exame de urina 100% visual: o médico analisava alterações na cor, a presença de sedimentos, o cheiro e até o gosto do xixi. Com isso, era possível saber se o paciente tinha condições como icterícia, doença renal e diabetes.

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    Havia também vários grampos de chumbo comumente usados em ferragens de móveis, além de madeira queimada. Isso pode ser evidência de uma medida higiênica historicamente conhecida: a queima (e descarte) de móveis e outros itens que entraram em contato com pacientes com doenças infecciosas, como a peste bubônica.

    O estudo também identificou itens de cerâmica usados para cozinhar e comer. Ao entrar no hospital, cada paciente recebia seus próprios pertences (jarra, copo, tigela, prato), como medida de higiene.

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    Antes da pesquisa, o descarte moderno de resíduos hospitalares e médicos para prevenir a propagação de doenças não recebia a devida atenção arqueológica. “[Essas descobertas] aumentam significativamente nossa compreensão das práticas de descarte de resíduos no Renascimento, ao mesmo tempo em que destacam a necessidade de uma visão mais completa dos regimes de higiene e controle de doenças do início da Europa moderna”, escrevem os autores do artigo, publicado pela Cambridge University Press.

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