O matemático francês Évariste Galois teve uma vida curta e trágica. Seu pai suicidou-se quando ele era muito jovem. Teve dificuldades para entrar na universidade. Mandou três vezes suas teorias à Academia de Ciências, sem sucesso. Tímido, pálido e com idéias republicanas, em uma França monarquista, foi perseguido pela polícia política e preso. Meteu-se em encrencas por causa de uma mulher e foi desafiado para um duelo. Não sabia segurar uma pistola. Tomou um tiro na barriga. Conduzido ao hospital, morreu de peritonite no dia 31 de maio de 1832. Tinha 20 anos. Na madrugada antes do duelo, escreveu uma carta, seu testamento intelectual. À margem, anotou várias vezes que não tinha tempo para resolver problemas menores (que seriam solucionados mais tarde). A carta, um documento genial de poucas páginas, continha nada menos que as bases da teoria dos conjuntos, uma das partes fundamentais da matemática moderna.