Na verdade, não se conhece uma tortura especificamente chinesa.
A expressão está ligada à suposta capacidade atribuída a esse povo de arquitetar um suplício cruel refinado por uma prolongada duração.
Um exemplo clássico do “espírito” da tortura chinesa, explica o professor Edgar Leite, do Departamento de História Antiga da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, “é deixar, por horas, uma gota d’água pingando na testa de alguém”. A dor se torna cada vez mais insuportável. “Isso é uma crueldade planejada por um cálculo de tempo.”
Só que ninguém sabe quem, realmente, a inventou. Segundo Leite, o fato de a China ter se isolado do mundo de 1368 a 1644 gerou a suspeita estrangeira de que seu povo seria fechado, frio e calculista. Daí a expressão, no fundo insultuosa.
Na verdade, tanto no Ocidente quanto no Oriente, a maldade humana não conhece limites.