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As teorias da conspiração sobre a morte de Marilyn Monroe

Há quem acredite que ela não morreu de overdose, e na verdade teria sido assassinada. Saiba por que.

Por Aline Rochedo
Atualizado em 5 ago 2022, 09h58 - Publicado em 30 set 2005, 22h00

Na noite de 4 de agosto de 1962, um sábado, Marilyn Monroe entrou em coma por causa de uma overdose de soníferos. A atriz de 36 anos jamais acordaria de novo: foi encontrada morta algumas horas depois, no dia 5. As investigações concluíram que a morte de Marilyn – a mulher que nasceu Norma Jeane Mortenson e se tornou um dos maiores mitos do cinema americano – ocorreu por um provável suicídio.

O caso parecia encerrado, já que não era segredo para ninguém que Marilyn sofria de depressão, havia tentado se matar pelo menos quatro vezes e se tratava com o psiquiatra Ralph Greenson. Seu médico até havia contratado uma governanta, Eunice Murray, para morar com a atriz e monitorar o uso de medicamentos.

Mas o desaparecimento de objetos, como um diário, e depoimentos controversos de pessoas que tiveram contato com a loira pouco antes de sua morte, entre outros detalhes, levam muitos a acreditar, até hoje, na hipótese de assassinato.

Por quê? Talvez porque ela tenha se envolvido demais com o poder americano da época: dois de seus amantes eram os irmãos John F. Kennedy, casado e presidente dos Estados Unidos, e Robert Kennedy, procurador-geral do país. Os suspeitos variam conforme o narrador, mas sempre giram em torno de CIA, FBI, Máfia e, principalmente, do poderoso clã Kennedy.

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Na versão oficial, o corpo foi encontrado por Eunice e Greenson. Marilyn estava nua, de bruços e pernas estendidas sobre a cama, coberta por um lençol e com a cabeça sobre o travesseiro. Na mão direita, o telefone.

Não havia bilhete de despedida, apenas um frasco de soníferos vazio e um disco de Frank Sinatra rodando na vitrola. Dentro de uma agenda havia um bilhete para o ex-marido Joe DiMaggio, jogador de beisebol com quem planejava reatar: “Querido Joe. Se ao menos eu puder fazê-lo feliz, terei conseguido o que há de maior e mais difícil, ou seja, fazer uma pessoa completamente feliz. A sua felicidade é a minha…”.

Tudo pareceu muito estranho para Jack Clemmons, o primeiro policial a chegar ao local, por volta das 5h do domingo. Ele sabia que uma overdose daquelas causaria convulsões e vômitos. O policial não encontrou nenhum copo no quarto. Teria Marilyn engolido 40 comprimidos a seco? E a que horas a haviam encontrado morta?

Na primeira versão, por volta da meia-noite, mas Eunice e Greenson só chamaram a polícia às 4h25 porque queriam comunicar o fato à 20th Century Fox. Em outro depoimento, Eunice disse ter acordado às 3h, visto uma luz debaixo da porta trancada e então chamado Greenson. Ao chegar, o psiquiatra teria arrombado a porta e encontrado sua paciente morta, às 3h50. Até morrer, em 1988, Clemmons repetiu a quem quisesse ouvir que a cena havia sido montada.

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Na autópsia, o legista Theodore Curphey concluiu que Marilyn fora vítima de overdose num provável suicídio. Mais tarde, vieram à tona detalhes dos exames e, com eles, pistas de acobertamento de alguém ou de algo. Que a atriz tinha drogas no sangue e no fígado e nenhuma marca de picada, isso era verdade.

Mas não engolira de uma única vez os 40 comprimidos do frasco de fenobarbital receitado pelo psiquiatra, pois seu estômago não tinha sinais da tinta amarela das cápsulas. O cólon, no entanto, apresentava alterações e restos de hidrato de cloral, outro sonífero, o que indicava a introdução da substância pelo reto, com supositório ou seringa.

O laudo indicou que foram administradas doses capazes de matar 15 pessoas. Quando os legistas pediram mais análises, todas as amostras de tecidos haviam sumido. A polícia também não achou o tal diário. Nas suas páginas, dizem, estariam segredos de Estado confidenciados na cama por John e Bobby Kennedy no auge da Guerra Fria – como um suposto plano da CIA para eliminar Fidel Castro.

Entre a eleição de John para a Presidência, em 1960, e a morte da atriz, eles foram vistos em público cinco vezes. Primeiro, durante a campanha presidencial. A segunda foi em Los Angeles, em festa na mansão do ator Peter Lawford, cunhado de JFK, em outubro de 1961.

Pouco depois, dividiram holofotes num banquete em Manhattan. Os últimos encontros foram na residência de um amigo em Palm Springs, em março de 1962, quando a dupla escancarou o affair diante de convidados, e, em maio, no jantar de 45 anos do presidente, no Madison Square Garden, em Nova York.

Na ocasião, a loira apresentou a mais sensual performance da canção “Happy Birthday”. Pat Kennedy, esposa de Lawford, revelaria 22 anos após o incidente que seu irmão e a atriz transaram várias vezes num dos banheiros da sua casa. Mas, preocupado com as ligações insistentes para a Casa Branca, o presidente decidiu passá-la aos poucos para o irmão.

Marilyn topou. Só não gostou de ser descartada pelos dois ao mesmo tempo e, quando isso aconteceu, virou uma fera e ameaçou fazer escândalo. Entre junho e agosto de 1962, a musa falava em revelar as infidelidades de John, comprometendo também a promissora carreira política de Bobby e a própria segurança nacional.

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Anos depois da morte de Marilyn, um dos empregados da atriz, Norman Jeffries, genro da governanta Eunice, contou que, entre 21h30 e 22h do fatídico sábado, Bobby e dois homens entraram na casa e os puseram para fora. Jeffries e Eunice esperaram o trio sair, o que aconteceu por volta das 22h30.

Ao retornar, Jeffries teria visto Marilyn deitada de bruços, nua e segurando um telefone. A sogra teria chamado uma ambulância e o psiquiatra Greenson. Ken Hunter, motorista da ambulância, confirmou a chamada, mas a atriz – disse – estava em coma.

Ainda segundo Hunter, ela teria morrido no caminho para o Hospital Santa Mônica. Elizabeth Pollard, vizinha de Marilyn, afirma ter dito à polícia que viu Bobby Kennedy e dois homens se aproximarem da casa entre 18h e 19h do sábado. Um carregava uma mala preta parecida com as dos médicos.

Uma semana antes de morrer, Marilyn aceitou o convite de Frank Sinatra para ir ao hotel e cassino Cal-Neva, em Nevada, então administrado pelo astro. O local era o point de mafiosos e políticos de alto escalão. Para convencer a atriz, Sinatra disse que os dois conversariam sobre um novo filme.

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Ela também ouviu que Bobby Kennedy estaria lá, então embarcou no jatinho com o casal Pat Kennedy e Petter Lawford. Mas Bobby não foi. O que se sabe é que Sinatra, Pat, Lawford e Marilyn jantaram com Sam Giancana, o grande chefão de Chicago, e que Joe DiMaggio estava no resort.

Bêbada, a atriz foi levada para um dos bangalôs e estuprada por garotos de programa, enquanto Sinatra e Giancana assistiam à cena, que foi fotografada. Sinatra entregou o filme comprometedor ao fotógrafo Billy Woodfeld, em Hollywood.

Quando ela recobrou a consciência, Lawford lhe disse que nem JFK nem Bobby queriam vê-la novamente. E a informou sobre as fotos da noite anterior, que seriam divulgadas caso Marilyn resistisse. Naquele fim de semana, ela tomou uma overdose, mas sobreviveu. Morreria no sábado seguinte. DiMaggio cuidou do funeral e proibiu a entrada de Sinatra, dos Kennedy e de seus agregados. Durante 20 anos, o ex-marido não deixou faltarem rosas vermelhas no túmulo da atriz.

Alguns biógrafos de Marilyn Monroe acreditam que a tragédia não passou de acidente. Greenson ou Eunice, ou ambos, teriam errado na dose dos remédios para pôr a estrela para dormir. De acordo com uma das versões, a atriz teria tomado as cápsulas de sonífero durante o dia.

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Mais tarde, sem saber disso, o médico – ou a empregada – teria introduzido o sedativo pelo ânus da atriz, o que teria resultado na overdose e no coma. Desesperado, Greenson teria chamado a ambulância. Com a morte, a dupla teria levado o corpo de volta à casa e montado a cena.

Depois, Jeffries teria inventado a história de Bobby Kennedy para proteger a sogra, que nunca conseguia repetir a mesma versão nos depoimentos. Em 1982, o caso do suposto suicídio foi reexaminado, mas as autoridades julgaram perda de tempo retomá-lo por falta de provas. Oficialmente, a culpa foi da própria Marilyn.

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