Em 1970, o químico inglês Harold Kroto, hoje com 60 anos, começou a pesquisar a composição da atmosfera das estrelas vermelhas. Ele queria identificar uma classe de compostos de carbono que só poderia existir nesses astros. Durante a investigação, surgiram indícios de uma molécula desconhecida, mas Kroto ignorou-a. Em 1985, ele se uniu a um time de cientistas americanos para tentar fabricar em laboratório os agregados de carbono. Conseguiram sintetizar as cadeias simples que haviam sido detectadas nas estrelas, mas, novamente, se depararam com a molécula misteriosa. Aí, prestaram atenção. Depois de analisá-la, concluíram que se tratava do fulereno, o terceiro tipo de cristal de carbono – os outros são a grafite e o diamante. A molécula, parecida com uma minúscula bola de futebol, deu o Nobel de Química de 1996 aos seus descobridores. Hoje, ela é uma promessa para as pesquisas de supercondutores e ligas de carbono ultra-resistentes.