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Na juventude, Oscar Wilde e Bram Stoker se apaixonaram pela mesma mulher

Os autores de “O Retrato de Dorian Grey” e “Drácula” se declararam para Florence Balcombe – e ela escolheu um deles para se casar. Conheça um dos triângulos amorosos mais inusitados da literatura.

Por Maria Clara Rossini
1 nov 2022, 15h29

“Ela só tem 17 anos com o rosto mais perfeitamente lindo e nem um tostão de dinheiro”. É assim que Oscar Wilde descreve Florence Balcombe a um amigo. O futuro autor de “O Retrato de Dorian Grey” tinha 22 anos e estudava na ​​Magdalen College de Oxford, na Inglaterra. Durante as férias, ele costumava voltar para visitar a família em Dublin, na Irlanda.

Foi em uma dessas visitas que ele encontrou a jovem Balcombe, em 1876. Os dois tiveram um encontro na Christ Church Cathedral, que deixou o rapaz encantado. Também costumavam fazer caminhadas aos domingos – Wilde gostava particularmente do parque Merrion Square. O estudante a presenteou com uma cruz dourada com seu nome inscrito, o que pode ser interpretado como um pedido de noivado.

Mas nada que é bom dura para sempre. Wilde precisava voltar para os estudos na Inglaterra, então manteve um relacionamento por meio de cartas. Em Dublin, Balcombe frequentava jantares e encontros organizados pela mãe de Wilde. Foi lá que ela provavelmente conheceu Bram Stoker, amigo do irmão mais velho de Wilde.

Já é coincidência suficiente que dois dos maiores escritores irlandeses faziam parte do mesmo círculo social. Mais coincidência ainda é que ambos se apaixonaram pela mesma mulher. O futuro autor de “Drácula” pediu Balcombe em casamento em 1878 – e ela aceitou. Na época, a jovem ainda trocava cartas com Wilde.

Não se sabe ao certo quando Wilde ficou sabendo do noivado, mas ficou devastado com a notícia. Seis anos depois, o autor se casou com Constance Lloyd, com quem teve dois filhos. Ele também mantinha relações homossexuais fora do casamento – o que o fez ser preso por “sodomia e indecência” em 1895.

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Stoker e Balcombe permaneceram casados até a morte do escritor. Um de seus filhos, Noel Stoker, escreve que a mãe continuava linda aos 70 anos – e lembra que os homens levantavam dos seus assentos para conseguir olhar para ela quando ia ao teatro. Balcombe dedicou anos da sua vida a organizar a vida profissional e financeira do marido.

Anos depois, esse triângulo amoroso parecia estar reconciliado. Wilde se tornou um bom amigo de Balcombe – e de Stoker também. Em uma carta de 1880, Wilde pede a Stoker (que havia se tornado gerente de um teatro) um ingresso para uma peça. Esta carta encontra-se em São Paulo: ela faz parte da exposição “A Magia do Manuscrito”, no Sesc da Avenida Paulista. A entrada é gratuita – e vale muito a pena conferir.

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