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O lado obscuro dos cavaleiros templários

Conheça as lendas que levaram à destruição da ordem templária.

Por Aretha Yarak
Atualizado em 4 Maio 2020, 14h48 - Publicado em 8 nov 2019, 14h49
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    m 1118, nove cavaleiros franceses decidiram fundar a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo, para defender os peregrinos cristãos que iam até Jerusalém. Dez anos depois, eles foram reconhecidos pela Igreja e ganharam um quartel-general no dito Templo de Jerusalém, de onde vem o nome Templários.

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    Na verdade, o local era a mesquita de Al-Aqsa, construída pelos islâmicos próximo do local do antigo templo mencionado na Bíblia, destruído pelos romanos no ano 70.

    Os templários eram famosos por sua bravura fanática e pelo segredo de seus rituais, já que eram isentos pela Igreja de qualquer forma de investigação. Isso levou a inúmeros boatos a respeito do que fariam entre quatro paredes.

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    Apesar do nome “pobres cavaleiros”, eles eram tudo, menos pobres. Eles dominavam uma imensa riqueza, paradoxalmente, porque todo cavaleiro fazia voto de pobreza e doava seus bens ao ingressar na ordem. Em seus quase dois séculos, a ordem adquiriu uma reputação legendária.

    Todo tipo de história circulou sobre eles. E isso foi sua destruição. O rei Filipe 4o, da França, que acumulou uma grande dívida com os cavaleiros, decidiu eliminar a ordem e ficar com seu tesouro.

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    Em 1307, ele quitou a fatura prendendo os líderes templários e acusando-os de heresia, aproveitando os boatos que corriam. Com confissões obtidas sob tortura, eles foram queimados vivos em 1314. O que não acabaram foram as lendas sobre as conspirações e ritos secretos dos templários. Veja abaixo.

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    Baphomet

    Desde o início da Primeira Cruzada, vez ou outra o nome Baphomet pipocava em relatos ou canções de trovadores, como uma entidade misteriosa cultuada na Terra Santa. Durante sua tortura, vários templários admitiram que o culto a Baphomet fazia parte dos rituais secretos, em que o demônio seria representado por uma cabeça decepada, um ídolo de três cabeças ou um gato — a imagem clássica do bode só surgiria no século 19.

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    Nenhum desses ídolos foi encontrado. A explicação pode ser bem mais mundana: Baphomet é simplesmente uma possível corruptela francesa para Maomé. É possível que falsas conversões ao islã fizessem parte dos rituais secretos dos templários, porque eles tinham ordem de fingir quando capturados, para salvar a própria vida. Com a perseguição, alguns cavaleiros se refugiaram entre os islâmicos e acabaram convertidos.

    Praga de cavaleiro

    Os templários foram presos numa sexta-feira, 13 de outubro de 1307. Essa pode ser uma razão pela qual o dia assumiu conotações malditas. E eles próprios jogavam suas pragas: de sua estaca na fogueira, aos 71 anos, o último Grão-Mestre dos cruzados, Jacques de Molay, amaldiçoou o rei e o papa pelo julgamento absurdo, dizendo que, em um ano, ambos responderiam perante a Deus por sua injustiça.

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    Era 18 de março de 1314. O papa Clemente 5o morreria em 20 de abril — enquanto seu corpo repousava numa capela, ela foi atingida por um raio, e seus restos foram carbonizados. O rei Filipe 4o morreu em 29 de novembro, de derrame.

    Iniciação

    No processo do rei Filipe 4o, a principal acusação contra os templários é que, em seu ritual de iniciação, eles deveriam negar a Cristo, cuspir na cruz, beijar as costas, o umbigo e a boca de seus superiores, entregando-se a relações carnais com eles por toda a vida. Também usariam um amuleto consagrado à imagem de Baphomet.

    É possível que houvesse algo de verdade nisso: os cruzados poderiam simplesmente estar reencenando a negação de São Pedro a Jesus, como na Bíblia.

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    Baphomet, o Graal e a maldição dos cavaleiros. (Índio San/Superinteressante)

    Arca da Aliança e Santo Graal

    Em Jerusalém, os templários teriam achado o Santo Graal e a Arca da Aliança. O primeiro nem é tão difícil assim: existem ainda hoje vários candidatos a Graal em igrejas da Europa. A segunda teria sido um baita achado. Ela foi perdida em 597 a.C., com a conquista babilônica do reino de Israel, e continuava perdida na época de Jesus. Nela estavam as tábuas da Lei dadas a Moisés, e o objeto seria capaz de destruir exércitos e matar quem olhasse para ela do jeito errado — isso aparece na Bíblia, não só em Indiana Jones.

    Em 1180, o cavaleiro Ralph de Sudley teria encontrado a arca e a trazido para a Europa. Em outras versões, ela foi parar na Etiópia — e, de fato, ainda hoje a Igreja Ortodoxa Etíope diz que tem a arca escondida em uma igreja na cidade de Axum. Pelo fim dos templários, ou a arca não foi encontrada ou não era tão poderosa assim!

    Novo Mundo

    Essa não é exatamente uma lenda medieval. Durante a perseguição, os templários teriam enfiado seus vastos tesouros em navios e partido para Oeste. Na Idade Média, dizia-se que o refúgio secreto era a Escócia, onde acabariam por se aliar à guilda dos pedreiros locais e fundar a Maçonaria — que gosta da relação e ainda hoje tem uma organização interna chamada “cavaleiros templários”. No século 19, foi encontrada uma pedra em Westford, Estados Unidos, com um aparente desenho de um cavaleiro. Especulou-se então que a viagem foi bem mais longa, chegando à América antes de Colombo.

    Na vida real, eles realmente tiveram um papel: em Portugal, os templários banidos formaram a Ordem Militar de Cristo, cujo símbolo era a enorme cruz vermelha exposta nas velas das caravelas portuguesas, e da qual eram membros Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral e Fernão de Magalhães. Existe a teoria de que o próprio Colombo teria sido na verdade um navegador português — portanto, um templário indireto — disfarçado.

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