O que é fundamentalismo?
Ele só começou a preocupar o mundo no final dos anos 1970 - e está longe de ser exclusividade da religião muçulmana
É o termo usado para se referir à crença na interpretação literal dos livros sagrados. Fundamentalistas são encontrados entre religiosos diversos e pregam que os dogmas de seus livros sagrados sejam seguidos à risca.
O termo surgiu no começo do século 20 nos EUA, quando protestantes determinaram que a fé cristã exigia acreditar em tudo que está escrito na Bíblia. Mas o fundamentalismo só começou a preocupar o mundo em 1979, quando a Revolução Islâmica transformou o Irã num Estado teocrático e obrigou o país a um retrocesso aos olhos do Ocidente: mulheres foram obrigadas a cobrir o rosto e festas, proibidas. “Para quem aprecia as conquistas da modernidade, não é fácil entender a angústia que elas causam nos fundamentalistas religiosos”, escreveu Karen Armstrong no livro Em Nome de Deus: o Fundamentalismo no Judaísmo, no Cristianismo e no Islamismo.
Os ataques de 11 de setembro de 2001, organizados pelo grupo Al Qaeda, reacenderam a preocupação contra fundamentalistas e criaram dois mitos frequentes: o de que todo fundamentalista é muçulmano e terrorista. “Poucos grupos apelam para a violência”, diz o antropólogo americano Richard Antoun, especializado em islamismo e Oriente Médio.