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Os armamentos da I Guerra Mundial

História do armamento usado na I Guerra Mundial.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h20 - Publicado em 30 nov 1994, 22h00

Ricardo Bonalume Neto

Milhões de jovens europeus passaram o pior Natal de suas vidas há oitenta anos. Metidos em trincheiras geladas, espalhadas da fronteira franco-suíça até o Mar do Norte, eles se lembraram das promessas que haviam recebido de políticos, de líderes militares e de uma imprensa patriótica,quatro meses antes: “Os soldados já estarão em casa para as festas de fim de ano”. Mas naquele agosto de 1914 havia começado a I Grande Guerra. Franceses, alemães e ingleses passariam quatro natais nas barricadas, pois o conflito só acabaria em novembro de 1918. Nele, a ciência e a tecnologia foram recrutadas como nunca antes tinham sido. Em suas batalhas, estrearam os submarinos, os tanques e os aviões de combate.

De um lado, a Alemanha, a Áustria-Hungria e a Turquia. De outro, as forças aliadas, formadas pela França, Grã-Bretanha, Rússia, Japão, Itália e, a partir de 1917, Estados Unidos. A raiz da discórdia estava na vitória da Alemanha sobre a França na Guerra Franco-Germânica (1870-1871), que desencadeou alianças políticas explosivas. O crescimento do nacionalismo foi outro fator importante. Havia um clima tenso, no início deste século, na Europa.

O assassinato do arquiduque Ferdinando da Áustria, por um nacionalista sérvio, em junho de 1914, provocou uma série de mobilizações. Não deu outra: dois meses depois, explodia a guerra. Em terra, os aliados eram mais poderosos do que seus adversários. Mas os alemães conseguiam se aproximar da Inglaterra, sua principal rival, graças a seus submarinos. A morte de milhares de civis foi o argumento para os Estados Unidos entrarem em cena. As forças aliadas ficaram, assim, com mais soldados, pressionando o recuo da Alemanha. No dia 9 de novembro de 1918, o kaiser alemão William II abdicou. Dois dias depois, a guerra terminava.

A Guerra no mar

Torpedos

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Os submarinos alemães contavam com torpedos autopropelidos capazes de percorrer até 4,8 quilômetros, mesmo em águas turbulentas. Mas a essa distância, não eram lançados porque erravam o alvo.

Trunfo submerso

Em 1914, as marinhas ainda acreditavam que os grandes couraçados eram a sua principal arma. Mas tiveram uma surpresa: os submarinos, fabricados desde 1880. Inicialmente uma incógnita, ao longo da guerra mostraram-se perigosos. Os alemães investiram mais que as outras nações na nova arma e quase derrotaram a Grã-Bretanha ao afundar os navios mercantes que levavam alimentos e munição. Só não derrotaram de fato por causa de uma medida simples: a criação de comboios de navios mercantes escoltados. Os aliados perceberam que, de cada cem navios comboiados, só dois eram afundados pelos submarinos, enquanto se perdia um em cada dez navios isolados.

A Guerra em Terra

Trens

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O transporte de provisões e exércitos, por terra, foi mais eficiente do que nunca, graças à industrialização. Em 1840, por exemplo, a Alemanha tinha apenas 469 quilômetros de ferrovias; trinta anos mais tarde, em 1870, as estradas de ferro alemãs estendiam-se por 17 215 quilômetros. Quando a Grande Guerra começou, já eram 61 749 quilômetros, facilitando o deslocamento dos soldados.

Uniforme

Uma constatação fundamental: os trajes de batalha tinham de ser discretos. No início da guerra, os soldados franceses orgulhavam-se do visual de suas calças vermelhas e dos elegantes quepes revestidos de ferro. Mas acabaram notando que o número de baixas no seu exército era maior do que em outros, porque as cores vibrantes chamavam a atenção do inimigo. E, por sua vez, a ausência do capacete os tornava mais frágeis. Por isso, mudaram de uniforme em 1916.

População

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O resultado mais visível dos avanços tecnológicos anteriores ao conflito foi o crescimento da população européia. Conseqüentemente, o tamanho dos exércitos também aumentou. Os soldados eram mais robustos por causa da criação de esgotos e de campanhas de vacinação, que diminuíram o risco de doenças infecciosas, como a cólera. E o aparecimento de alimentos baratos melhoraram a sua dieta.

Rifle SMLE

Inglês, ele foi usado pelo exército britânico até a década de 50.

Calibre: 7,56 milímetros

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Poder de fogo: com carregador de dez tiros, tinha um alcance de 1 000 metros

Metralhadora Maxim

De origem americana, foi produzida em vários outros países, como Alemanha, Rússia e Grã-Bretanha.

Calibre: 7,92 milímetros

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Poder de fogo: 400 a 500 tiros por minuto

Canhão 75

Francês, ele também foi fabricado nos Estados Unidos.

Calibre: 75 milímetros

Poder de fogo: atirava por minuto até vinte granadas de

5,4 quilos a 7,2 quilos, com um alcance de 6,8 quilômetros

Tanques

A nova artilharia, no início do século, travou o avanço dos

soldados no campo de batalha. O impasse foi resolvido por uma invenção britânica — o tanque blindado. O nome “tank”, aliás, não significava nada. Foi inventado para que os espiões alemães não descobrissem que tipo de projeto secreto os ingleses estavam desenvolvendo. Abaixo, um bem sucedido modelo francês, o Renault FT-17.

A Guerra no ar

Pedradas aéreas

A primeira função dos aviões na guerra foi o reconhecimento. O piloto ollhava para baixo, tentando localizar os inimigos em terra. Mas, muitas vezes, estes eram encontrados em pleno ar, em outros aviões. Nesses casos, o jeito era se defender com tiros de revólver, fuzis ou mesmo tijolos. Os frágeis aviões de madeira da Primeira Guerra podiam ser derrubados com umas boas pedradas.

Spad XII (França)

Tipo: caça e reconhecimento

Tripulação: 1

Velocidade máxima: 215 km/h

Peso: 820 quilos

Envergadura: 8,02 metros

Comprimento: 6,20 metros

Armamento: duas metralhadoras 7,7 milímetros

Royal Aircraft Factory (Grã-Bretanha)

Tipo: caça e reconhecimento

Tripulação: 1

Velocidade máxima: 212 km/h

Peso: 930 quilos Envergadura: 8,12 metros

Comprimento: 6,38 metros

Armamento: uma metralhadora 7,7 milímetros

Triplano Sopwith (Grã-Bretanha)

Tipo: caça e reconhecimento Tripulação: 1 Velocidade máxima: 188 km/h Peso: 699 quilos Envergadura: 8,08 metros Comprimento: 5,74 metros Armamento: uma metralhadora 7,7 milímetros

Albatros D.V. (Alemanha)

Tipo: caça e reconhecimento Tripulação: 1 Velocidade máxima: 165 km/h Peso: 937 quilos Envergadura: 9,05 metros Comprimento: 7,33 metros Armamento: duas metralhadoras 7,92 milímetros

Triplano Fokker Dr.I (Alemanha)

Tipo: caça e reconhecimento Tripulação: 1 Velocidade máxima: 185 km/h Peso: 626 quilos Envergadura: 7,19 metros Comprimento: 5,77 metros Armamento: duas metralhadoras 7,92 milímetros

Maior ataque: 1 000 mortos.

A Primeira Guerra também introduziu os bombardeios a cidades. Os alemães usaram os dirigíveis Zeppelin — que haviam sido criados em 1900 — contra Londres. Em 1916, catorze deles fizeram o maior ataque contra a Inglaterra, lançando 3 500 bombas e causando a morte de mais de mil pessoas.

Generais achavam que o avião seria inútil

Inventado em 1906, o avião foi decisivo no conflito. Em 1914, os militares não o levavam à sério como máquina de guerra. “É bom para o esporte, mas inútil para o exército”, dizia o general francês Ferdinand Foch. No final guerra, Foch gostaria que esquecessem o que ele tinha afirmado. Houve sucessos importantes: os aviões detectaram a direção do avanço alemão na frente ocidental, em 1914. Logo depois, ganharam câmaras para fotografar movimentos do inimigo.

Para saber mais:

Os dias dos caças

(SUPER número 10, ano 6)

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