Na tarde do dia 14 de setembro de 1822, Jean-François Champollion descobriu um novo mundo, o Antigo Egito. Gritando “eu o domino, eu o domino”, ele entrou no escritório de seu irmão, em Paris, tendo nas mãos a resolução de um problema. Jean-François estava obcecado pelos hieróglifos egípcios. Ninguém entendia essa língua, morta havia 15 séculos. Champollion se baseou numa pedra, encontrada em 1799, em Rosetta, no Delta do Nuo. Era um pedaço de basalto negro, com vários conjuntos de símbolos e palavras, um deles em grego e outro em hieróglifos. Champollion ficou meses debruçado sobre uma cópia da pedra, comparando o grego e os hieróglifos. Até que, naquela tarde de 1822, descobriu a solução e iniciou a tradução dos textos escritos nas tumbas, templos e pirâmides de uma civilização nascida 5 000 anos antes.