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Picolé pré-histórico

Desenterrado do solo gelado da Sibéria, o fóssil de um mamute apresenta seus pêlos e órgãos internos aos cientistas. É a primeira vez que se recupera um bicho pré-histórico do solo gelado sem que ele estrague.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h10 - Publicado em 31 out 1999, 22h00

Denis Russo Burgierman

Quem imaginaria que um dia alguém usaria secador de cabelo para aquecer os pêlos de um mamute, animal pré-histórico extinto há 5 000 anos? Foi justamente o que o explorador francês Bernard Buigues e o paleontólogo holandês Dick Mol, do Museu de História Natural de Roterdã, fizeram no mês passado. Dentro de uma caverna gelada na cidade siberiana de Katanga, na Rússia, vinte secadores permaneceram ligados por dez dias para descongelar lentamente o elefante pré-histórico. Assim, não haveria risco de o calor excessivo arruinar em horas o corpo que o frio ártico preservou por longos 20 280 anos. O apodrecimento foi o destino de todos os outros mamutes encontrados anteriormente.

O animal foi arrancado do chão gelado no dia 17 de outubro e depois transportado por helicóptero. “Pela primeira vez será possível estudar todos os tecidos moles de um animal pré-histórico, e não apenas os ossos”, disse o exultante Buigues à SUPER. Os cientistas estão otimistas com a possibilidade de encontrar informações inéditas que jamais poderiam ser obtidas só com esqueletos.

O tamanho e a cor dos pêlos vão dar dicas de como os bichos se camuflavam no ambiente e de como se protegiam do frio. “A quantidade de pêlos é surpreendente. Jamais imaginei que haveria tanto depois de tantos milênios”, contou Mol, por telefone. Mas o maior tesouro ainda está escondido. “Espero encontrar órgãos internos bem conservados.” O sistema digestivo pode revelar a dieta desses animais e a comparação com as vísceras dos elefantes de hoje vai mostrar como a evolução atuou nos últimos milênios.

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Talvez eles achem lá dentro até um pedaço de DNA preservado. Assim, ele poderia ser introduzido em uma célula de elefante para gerar uma espécie híbrida. Mas isso é só sonho. Já é incrível o suficiente imaginar aqueles pêlos grossos balançando com o vento de um secador de cabelos.

drusso@abril.com.br

Algo mais

O mamute permanecerá na cidade de Katanga, na Sibéria, onde foi encontrado. O Museu Frio, construído para abrigá-lo, será inaugurado no começo do ano que vem.

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