Abril Day: Assine Digital Completo por 1,99

Qual é a diferença entre os calendários solar, lunar e lunissolar?

O ano religioso dos muçulmanos é lunar, com dez dias a menos que o cristão. Já o calendário chinês é lunissolar, que de tempos em tempos inclui um 13º mês.

Por Maria Clara Rossini
19 jun 2024, 10h00

Para os muçulmanos, os anos podem ter 354 ou 355 dias. No próximo 7 de julho, eles comemoram a entrada em 1446. O marco zero, nesse caso, é o ano em que Maomé fez a peregrinação de Meca para Medina – 622 depois de Cristo, no calendário que nós usamos. Esses dias de diferença tiram o calendário deles de sincronia com o nosso. A comemoração de 2025, por exemplo, acontecerá em 26 de junho e marcará o início de 1447.

Tal discrepância existe porque os islâmicos combinaram que o ano consiste em um período de 12 ciclos lunares completos, o equivalente a 354,5 dias. Já no Ocidente, combinamos que chamaríamos de “ano” o tempo que a Terra leva para dar uma volta completa ao redor do Sol – aproximadamente 365 dias.

Ao longo da história, a humanidade adotou basicamente três tipos de calendários: lunar, solar e lunissolar. O primeiro deles é o mais fácil de marcar, já que um ciclo da Lua dura 29,5 dias, e suas fases podem ser vistas claramente no céu. É só contar doze ciclos e pronto. A desvantagem é que as estações dependem da posição da Terra em relação ao Sol. Assim, o início delas acaba caindo em dias diferentes a cada ano lunar – o que torna difícil prever quando será a próxima colheita, por exemplo.

O calendário islâmico é um dos únicos que se guia somente pela Lua, e hoje é usado principalmente para celebrar datas religiosas. O ano ocidental acabou se impondo no dia a dia para permitir, por exemplo, o comércio internacional e a aviação civil. Outras culturas asiáticas adotam tradicionalmente calendários lunissolares, que são uma maneira de unir a observação da Lua ao ano solar. É o caso dos judeus e dos chineses.

No calendário lunissolar, o mês também é definido de acordo com os ciclos da Lua. A diferença é que, de tempos em tempos, um 13º mês é adicionado ao ano para sincronizá-lo com o movimento da Terra em torno do Sol. O calendário chinês inclui um mês extra a cada 32 ou 33 ciclos lunares – a última vez em que isso rolou foi em 2023, e a próxima será em 2025.

Continua após a publicidade

Há maneiras ainda mais exóticas de se definir os anos. Não é à toa que o calendário maia desperta tanto o interesse dos historiadores: ele consiste em um ciclo agrícola de 365 dias chamado Haab e um outro padrão utilizado para atividades religiosas, o Tzolk’in, com 260 dias. Há ainda um calendário de contagem longa: além de unir os dois outros, ele marca ciclos maiores, que demoram dezenas ou centenas de anos
para recomeçar.

Se hoje usamos um calendário unicamente solar, de 365 dias, é graças aos egípcios. 5 mil anos atrás, eles foram uma das primeiras civilizações a agrupar os dias dessa forma. O ano era composto por 12 meses de 30 dias cada, com mais cinco dias órfãos encaixados ao final de cada ano. Havia três estações, de quatro meses cada: Inundação (Akhet), Emergência (Peret) e Colheita (Shemu), que faziam referência às cheias do Rio Nilo, essenciais para fertilizar o solo desértico. O ano novo era marcado pela aparição da estrela mais brilhante no céu, Sirius.

Acontece que o período de translação da Terra não é de exatos 365 dias. Na verdade, são 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. A cada quatro anos, os egípcios passaram a adicionar um sexto dia extra para compensar pelas horas ignoradas nos anos regulares. Quem oficializou isso foi o soberano Ptolemeu III Evérgeta, que governou o Egito no século 3 a.C. Nascia a ideia do ano bissexto.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

ABRILDAY

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 1,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.