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Qual é a origem do $ímbolo do cifrão?

Sim, acredita-se que ele tem origem na letra S. Mas não por causa do “States” de United States, como reza a lenda.

Por Victor Bianchin
29 dez 2024, 14h00

A primeira moeda do Brasil foi o real português, do período colonial até 1833. Foi seguido pelo real brasileiro (plural: réis), já no Brasil Império, e durou até 1942, período do Estado Novo.

Getúlio Vargas, tentando conter a hiperinflação que assolava o país na época e simplificar o sistema monetário, então criou o cruzeiro, que trazia duas novidades. A primeira era a adoção dos centavos, que não existiam antes. A segunda era que, pela primeira vez, o símbolo da moeda continha o cifrão (Cr$).

Mas de onde veio esse símbolo, o cifrão? Nos EUA, onde ele se chama dollar sign, muitas pessoas acreditam que ele seja uma amálgama das letras que formam” USA”, representando, portanto, o país.

“Por conquista, por sucesso, por habilidade, pelo poder criativo do homem — e precisamente por essas razões, ele [o cifrão] é usado como uma marca de infâmia. Ele representa as iniciais dos Estados Unidos”, escreveu a autora Ayn Rand (russa, mas radicada americana) em seu clássico A Revolta de Atlas, de 1957.

Mas não é bem por aí. Até 1776, o país era chamado de Colônias Unidas da América (ou seja, sem os “States” no nome, de onde viria o S) e há registros do cifrão sendo usado antes disso. Pode até ser que o cifrão tenha sido criado juntando as letras U e S, mas, se foi o caso, provavelmente elas significavam units of silver (unidades de prata).

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A primeira aparição do cifrão teria ocorrido nos anos 1770 em documentos manuscritos que detalham transações comerciais entre ingleses-americanos e hispano-americanos. Nessas cartas, citava-se o peso, que já existia e também era chamado de “dólar espanhol” e “peso de oito” na época.

Com o Coinage Act de 1792, os EUA criaram o dólar, estabelecido como tendo valor equivalente ao peso. No entanto, neste primeiro momento, as moedas de dólar ainda não tinham nenhum símbolo específico, algo que só começaria a acontecer a partir da década de 1800.

A teoria mais repetida e aceita sobre o cifrão diz que o símbolo surgiu da abreviação escriturária “ps” para “pesos de ocho”, usada na Espanha e na América Espanhola. Estudos feitos sobre manuscritos do final do século 18 e início do século 19 mostram que o “s” foi gradualmente passando a ser escrito sobre o “p”, transformando-se no “$”.

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Existe uma segunda hipótese popular que remete aos Pilares de Hércules, dois pilares literais retratados no brasão de armas da Espanha. Nas moedas da época, esses pilares eram desenhados com faixas ao seu redor, formando um S. Acredita-se que essa imagem possa ter inspirado o design do cifrão ao longo dos anos.

Isso porque os Pilares de Hércules do brasão tinham um contraponto no mundo real: eram duas formações rochosas nos lados opostos do Estreito de Gibraltar, que separa a Europa e a África.

Antigamente, esses “pilares” representavam o fim do mundo conhecido, daí as palavras que aparecem escritas nas faixas do brasão: Non plus ultra (“Nada além”, em latim). Posteriormente, com as grandes navegações e a chegada de Cristóvão Colombo ao continente americano, o lema foi mudado para Plus ultra (“Algo além”). 

Ou seja: não existe resposta definitiva sobre quem inventou o cifrão. A Wikipedia traz uma série de hipóteses menos conhecidas e improváveis, como uma que diz que cifrão com apenas uma barra vertical teria sido usado por escravagistas espanhóis para marcar seus escravos — o símbolo representaria a letra S (de “esclavo”, que é “escravo” em espanhol) e a risca representaria um prego (pois o termo “clavo” sozinho significa “prego”). 

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