Submarino americano da Primeira Guerra Mundial é encontrado preservado; veja imagens
A embarcação afundou há 108 anos e foi encontrada na costa de San Diego, nos EUA

Pesquisadores encontraram, a poucos quilômetros da cidade de San Diego, dois veículos militares que estavam perdidos há décadas. O primeiro é uma aeronave de treinamento da Marinha dos EUA que caiu em 1950. O segundo é ainda mais antigo: um submarino norte-americano que afundou durante um acidente de treinamento em 1917, em plena Primeira Guerra Mundial.
Na ocasião, o submarino USS F-1 colidiu com outro submarino da Marinha dos EUA e afundou alguns segundos depois. Dezenove tripulantes se afogaram e três conseguiram ser resgatados pelo outro submarino.

Os destroços do USS F-1 foram encontrados há 400 metros de profundidade. A exploração foi feita em veículos subaquáticos – alguns autônomos e outros ocupados por humanos. A pesquisa foi conduzida por pesquisadores do Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI) e da Marinha dos EUA.
Lá embaixo, os pesquisadores produziram imagens de alta qualidade dos dois veículos, que estão em um estado excepcional de conservação. A equipe de inspeção foi coordenada pelo arqueólogo subaquático Brad Krueger. Ele trabalha para o Naval History and Heritage Command (NHHC), uma instituição que estuda o passado da Marinha norte-americana.
“A tecnologia oceânica avançada e o trabalho em equipe tiveram um papel importante na obtenção dessas novas imagens”, disse, em comunicado, Bruce Strickrott, piloto que ajudou a liderar a expedição. “Depois que identificamos o naufrágio e determinamos que era seguro mergulhar, conseguimos capturar perspectivas nunca antes vistas do submarino.”

Foram necessários sete mergulhos, que fizeram parte de um programa de treinamento de pesquisadores e mergulhadores do fundo do mar.
“Com duração de quase oito horas, tivemos tempo para contemplar os riscos que todos os marinheiros, do passado e do presente, enfrentam”, disse Rob Sparrock, oficial do escritório de pesquisa naval da Marinha dos EUA.
Os sistemas de sonar dos pesquisadores produziram mapas detalhados e de alta resolução dos destroços e do fundo do mar ao redor do veículo. Além disso, câmeras de alta resolução registraram vídeos e fotos do naufrágio, que os especialistas da equipe integraram a modelos fotogramétricos capazes de fornecer medidas precisas do submarino e dos animais que fizeram suas moradas nos destroços ao longo dos anos.
Essa riqueza de dados e imagens permitiu que a equipe reconstruísse o submarino F-1 usando fotogrametria, uma técnica que produz modelos 3D.

O local do naufrágio é considerado um cemitério de guerra. Por isso, os pesquisadores optaram por não inspecionar o interior do submarino, em respeito aos mortos. Além disso, em um barco acima do local do naufrágio, a equipe realizou uma cerimônia de homenagem em que um sino foi tocado 19 vezes – uma para cada vítima do acidente.
“A história e a arqueologia têm tudo a ver com pessoas, e por isso achamos importante ler seus nomes em voz alta”, disse Krueger. “A Marinha tem a responsabilidade de garantir que os legados de seus marinheiros perdidos sejam lembrados.”