Aguapés para limpar o rio
Agronômo paulista Eneas Salati está fazendo testes com a planta para a despoluição do Rio Piracicaba.
Quem diria: os ensinamentos da floresta amazônica podem ajudar a devolver a vida ao Rio Piracicaba, considerado um dos mais poluídos do Estado de São Paulo. Há muito tempo, o agrônomo paulista Eneas Salati, que dirige o Inpa (Instituto de Pesquisas da Amazônia), observou como os rios do Amazonas, caudalosos e barrentos, sofrem um precesso natural de filtragem e decantação, depois de passarem por lagos ricos em vegetação aquática. Ele tentou reproduzir a experiência despoluidora do aguapé, uma planta aquática de fácil reprodução. Seus filhos, Eneida e Enéas, continuaram a experiência e montaram uma empresa de projetos e consultoria, especializada em estações de tratamento de água. Nessas estações, curiosamente, além de aguapés, são usados solos filtrantes, uma mistura artificial de pedras e terra sobre a qual se cultiva arroz. A mistura ajuda a reter a matéria orgânica, fornecendo os nutrientes às plantas cultivadas. Os irmãos Salati garantem que duas estações de tratamento como essa, instaladas em cada um dos 44 municípios por onde passa o Piracicaba, tornaria a água suja do rio novamente potável.