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Chuva: O líquido essencial

Os rios e os mares nasceram de uma grande chuva, há 3,8 bilhões de anos.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h59 - Publicado em 31 mar 1992, 22h00

Mauricio Lara Galvão

Em Moby Dick, o mais célebre dos romances sobre o mar e seus habitantes, o escritor norte-americano Herman Melville (1819-1891) menciona a irresistível atração da humanidade pelos ambientes líquidos. “Se um homem adormecido puder caminhar guiado apenas pelos sonhos, suas pernas o conduzirão inevitavelmente a um rio ou a um oceano”, escreveu. “É aí que se encontra a chave de tudo.” Melville acertou em cheio. A água, como a ciência comprovou mais tarde, é indispensável para a existência de todos os seres vivos. Não por acaso, os astrônomos engajados na busca de vida extraterrestre se interessam, em primeiro lugar, pelos indícios da existência de água nos corpos celestes que investigam.

A água está presente na história da Terra desde o início, embora nem sempre em estado líquido. Há 4 bilhões de anos, quando o planeta ainda era uma nuvem ardente de poeira e gás, ela existia como vapor, misturada a outros gases. À medida que o planeta começou a esfriar, 200 milhões de anos depois, o vapor foi se condensando e caindo em forma de chuva. Assim nasceram os rios, que, por sua vez, ao escorrer para as terras mais baixas, formaram os oceanos. O mar não era salgado como hoje – parecia uma sopa quente, de gosto ácido como o vinagre. O sal é originário do fundo da terra. Foram as erupções vulcânicas que o espalharam pela superfície, até ser levado pela água da chuva para o mar. Esse processo continua até hoje (veja o quadro na página ao lado). Você pode não perceber, mas, a cada ano, a água marinha está um pouco mais salgada que no ano anterior.

Quem sabe é super

A água dos oceanos contém, no total, 9 milhões de toneladas de ouro. Mas o metal está tão dissolvido que não vale a pena tentar extraí-lo.

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Coquetel intragável

O mar é uma sopa de minerais, com 3,5% de sal.

Cada litro de água do mar tem 35 gramas de cloreto de sódio, o sal de cozinha. Praticamente toda a tabela periódica está presente na água do mar, embora nosso paladar só consiga distinguir a união dos dois principais compostos, o cloreto (55,2%) e o sódio (30,3%). Os dois, somados a outros seis produtos químicos (veja ao lado), respondem por 99% das partículas dissolvidas nos oceanos.

A geografia do sal

Veja onde o oceano é mais doce e onde é mais salgado.

Mais sal ou menos sal, o tempero varia de acordo com a geografia. O mapa mostra a concentração média do sal pela superfície dos oceanos. As áreas mais salgadas (em azul mais claro, no mapa) se situam em bolsões semifechados, como o Mar do Caribe e o Mar Vermelho, onde a evaporação excede o volume de água fresca que cai em forma de chuva. A concentração de sal é mais baixa no estuário dos grandes rios (em azul-escuro), como o Amazonas (Brasil), o Gânges (Índia) e o Yang-tsé (China). A água dos rios diminui a salinidade em escala local, mas nunca é completamente doce. Ela traz pequenas quantidades de sal que, em doses homeopáticas, se incorporam aos oceanos. No Brasil, as praias mais salgadas estão na Bahia.

Agradeça ao plâncton

Ao serem batizados em 1887 pelo biólogo alemão Victor Hensen, os menores seres vivos do mar ganharam um nome adequado: plâncton vem de uma palavra grega que significa errante. Existem dois tipos de plâncton, animal e vegetal, e ambos flutuam ao sabor das ondas. O plâncton vegetal, ou fitoplâncton (foto), não ultrapassa os 2 milímetros de diâmetro. É ele que, ao realizar a fotossíntese, produz a maior parte do oxigênio do planeta. O plâncton animal, ou zooplâncton, é formado por milhares de espécies de bichinhos minúsculos que comem fitoplâncton e acabam, por sua vez, na barriga de outros animais, maiores.

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