Espécie em extinção: O primo da zebra
Solidários, os quaggas viviam em bandos e cuidavam uns dos outros. Mas não conseguiram se proteger do seu maior predador - o homem
Leandro Steiw
Nativo da África do Sul e extinto desde 1883, o Equus quagga quagga era um parente próximo das zebras comuns que hoje vemos em zoológicos, filmes e fotos de safáris. Mas ele tinha uma particularidade bem aparente: as listras de sua pelagem eram marrons, em vez de pretas, e se fundiam à medida que se aproximavam do quadril.
Os quaggas (pronuncia-se quarra, numa referência ao som produzido por eles) viviam em bandos, com um líder, seu harém de fêmeas e filhotes. Quando notava o afastamento de algum membro do grupo, o líder emitia um som peculiar para chamar o fujão e alertar o resto da família. Se um dos animais adoecia ou se machucava, o bando protegia o companheiro ajustando seu ritmo ao do doente.
De hábitos diurnos, os quaggas evitavam se mover à noite para não atrair predadores. Alguns passavam horas pastando quase imóveis. Enquanto o grupo dormia, um se encarregava da segurança. Durante o dia, as famílias andavam em fila no pasto alto por vários quilômetros, parando no meio do caminho para beber água e cuidar da higiene. Os quaggas mordiscavam uns aos outros para retirar parasitas. O mesmo serviço era prestado por pequenos pássaros, que se alimentavam dos insetos no lombo desses animais de cerca de 300 quilos.
A coloração e a estampa diferente do pêlo eram apreciadas por colonos europeus, que perseguiram essas zebras até a sua extinção, transformando-as em roupas e acessórios e servindo a carne aos empregados. Havia ainda os novos burgueses que viajavam para os arredores do Cabo da Boa Esperança para fazer safáris, levando partes desses animais como troféus. Além disso, os criadores não queriam ninguém competindo com as suas ovelhas e cabras pelas pastagens nem sempre abundantes da região. Quando o último exemplar livre na natureza foi morto a tiros por caçadores, em 1878, existia apenas um indivíduo em cativeiro. Era uma fêmea e vivia no Zoológico de Amsterdã, na Holanda. Ela morreu em 12 de agosto de 1883.
Quagga
Nome científico: Equus quagga quagga
Ano da extinção: 1883
Habitat: África do Sul