Árvores que perdem as folhas no inverno, chamadas decíduas, estão se movendo em direção ao norte, para dentro do Ártico, impulsionadas pelo aquecimento do planeta e por incêndios florestais, dizem os biólogos Simon Landhausser e Ross Wein da Universidade de Alberta, Canadá. Eles chegaram a essa conclusão depois de comparar áreas queimadas e reflorestadas, com regiões semelhantes onde não houve incêndios, nas tundras do noroeste canadense. Nas áreas incendiadas, eles observaram que duas espécies de coníferas, os abetos Picea mariana e Picea glauca, eram menos comuns que em lugares onde não houve fogo. Já a bétula (Betula papyrifera) e o álamo (Popuíus balsamifera), árvores decíduas, eram mais comuns, ou seja: cresceram em regiões queimadas. A explicação, segundo os pesquisadores, é que esse fenômeno vem ocorrendo desde que, em anos recentes, as estações passaram a ser mais quentes e secas.
Eles prevêem que o aquecimento da Terra fará com que as árvores decíduas continuem a crescer e a invadir a tundra, após cada queimada. O clima quente e seco pode tornar os incêndios mais freqüentes, acelerando essa tendência.