Para devorar o ozônio devagar
Cientistas americanos e israelenses sugeriram uma nova versão do CFC, conhecida como CFC 123, que permaneceria apenas dezoito meses na atmosfera, contra os sessenta anos do normal.
Embora o mundo inteiro esteja empenhado em banir o uso do cIorofluorcarbono, o nefasto CFC que destrói a camada de ozônio da Terra, na prática essa determinação topa com um grande obstáculo: a falta de um substituto para o gás, usado em aerossóis, aparelhos de refrigeração e na fabricação de plásticos. Há poucos meses, cientistas americanos e Israelenses sugeriram que a saída pode estar numa variação da fórmula do CFC. Conhecida como CFC 123, a nova versão permaneceria apenas dezoito meses na atmosfera, diferente dos outros clorofluorcarbonos, capazes de ficar mais de sessenta anos mastigando o ozônio que protege o planeta da radiação solar.
O CFC 123 também destrói a camada protetora da Terra, mas numa velocidade muito menor. “Ao menos por enquanto, é o melhor paliativo para o problema”, avalia o físico Volker Kirschhoff, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). O ideal, de todo modo, seria acabar com todas as emissões de CFC no início do próximo século. Mesmo assim, calculam os cientistas, só lá pelo ano 2100 deixaria de se abrir todo ano um buraco no escudo de ozônio sobre a Antártida.