
Não, para a alegria dos usuários de telefonia móvel. Mas esse receio teria fundamento: a comunicação sem fio utiliza ondas eletromagnéticas para transmitir dados e, com a explosão na venda de smartphones e tablets, o espectro reservado para esse tipo de comunicação está se esgotando.

Nos EUA, o problema é imediato, porque lá há mais aparelhos wireless e uma parte significativa do espectro é de uso exclusivamente militar. No Brasil, ainda há algum “espaço” sobrando. Basta que a Agência Nacional de Telecomunicação (Anatel) autorize seu uso.
A ESTRADA DA INFORMAÇÃO
Smartphones podem causar “congestionamento” nas transmissões.
Tráfego livre
Imagine a transmissão de dados por ondas eletromagnéticas como uma estrada. Cada faixa seria o espectro reservado a ondas de uma frequência específica (ou seja, com certo número de oscilações por segundo, medido em hertz). Há, por exemplo, uma faixa só para o tráfego de sinais de TV, outra para dados de telefonia móvel etc.
Caiu o sinal
Agora imagine que essa estrada, feita para a circulação de mil veículos por hora, comece a receber 4 mil. Essa é a saturação causada pela explosão dos aparelhos wireless. Muita gente sofrerá para acessar a web, por exemplo. O problema é pior em áreas mais populosas e nos horários de pico.
Reforma invisível
Quem mais vai sair perdendo será o usuário com grande demanda por transmissão de dados, como jogadores de games online muito interativos. A solução? A Agência Nacional de Telecomunicação, responsável pela regulamentação do setor, precisa aprovar que outra faixa do espectro seja utilizada pela telefonia móvel.
Curiosidade: A Anatel fez recentemente um leilão de frequências que permitirá, entre outras coisas, o aumento da oferta de acesso por banda larga.
CONSULTORIA: Gustavo Rigolin, professor de física da Universidade Federal de São Carlos; e Luiz Nunes de Oliveira, professor do Instituto de Física da USP.