Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Como é o tráfico de madeira na fronteira Brasil-Peru?

Criminosos usam correntezas do rio para transportar toras

Por Fellipe Abreu
Atualizado em 22 fev 2024, 10h38 - Publicado em 17 mar 2015, 18h49

ME_159_virada_40

Com a derrubada ilegal de árvores cujos troncos são escoados por rio até os locais onde são cortados e vendidos. De acordo com estudiosos, o Peru explora madeira desde o início do século 20, mas foi durante a década de 1960, depois da queda da produção de borracha, que o país despontou como um dos grandes exploradores de madeira do mundo – posto que continua ocupando até os dias de hoje. A extração foi tanta que, nas últimas décadas, a atividade madeireira se expandiu para as regiões amazônicas (inclusive dentro do território brasileiro), buscando novas terras ainda inexploradas e ricas em madeira. Segundo um relatório do Banco Mundial feito em 2006, 80% da madeira peruana é extraída ilegalmente e gera entre US$ 44 milhões e US$ 72 milhões anualmente.

Por água abaixo

Criminosos usam correntezas do rio para transportar toras

1. Na época da seca, que começa em julho, os madeireiros escolhem pontos no meio da selva que sejam ricos em madeira de lei (que só pode ser extraída com permissão do governo)e montam um acampamento ilegal. Os madeireiros vivem nesse acampamento por meses, derrubando as árvores

2. O tronco da árvore é dividido em toras de 4 m de comprimento cada uma. As toras são transportadas por uma trilha até um igarapé (pequeno braço do rio principal), que nessa época está seco pela falta de chuvas. Depois de meses de trabalho, centenas de toras se acumulam ao longo desse igarapé seco

Continua após a publicidade

3. Em novembro, o período das chuvas começa. Com isso, o volume de água aumenta e os igarapés enchem. A madeira boia e segue a correnteza, desembocando próximo ao rio Javari, que faz a fronteira natural entre Brasil e Peru. Lá, as toras são amarradas e formam uma balsa

4. No final da época das chuvas, entre março e maio, o chefe madeireiro desce o Javari recolhendo e anexando as toras de todos os acampamentos de que cuida. Sua grande balsa de madeira segue a correnteza do rio até a tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia

5. O comboio de madeira desce o rio até chegar em Islândia, comunidade peruana onde ficam as serralherias. Como a madeira é ilegal, ela tem que ser “lavada” – ou seja, ter a documentação falsificada. Depois, é vendida no Peru, Brasil e Colômbia, além de ser exportada para a Europa, EUA e Ásia

Continua após a publicidade

FONTES Relatórios The Laundering Machine: How Fraud and Corruption in Peru¿s Concession System Are Destroying the Future of Its Forests, da Environment Investigation Agency, Facing Reality: How to Halt the Import of Illegal Timber in the EU, do Greenpeace, e El Trabajo Forzoso en la Extracción de la Madera en la Amazonía Peruana, da Oficina Internacional del Trabajo

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.