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Como é uma peregrinação para Meca?

Há vários tipos de peregrinação, mas todos incluem passos introdutórios e culminam com o ritual chamado hajj

Por Carolina Canossa
Atualizado em 22 fev 2024, 10h11 - Publicado em 20 set 2017, 13h17

A viagem à cidade, localizada na Arábia Saudita, é um dos pilares do islamismo e precisa ser feita pelo menos uma vez na vida por todo muçulmano que siga os preceitos religiosos à risca e que tenha condições (de saúde e de grana) para tanto. Mulheres podem fazer a hajj, desde que acompanhadas por um homem da família (mahram). Se tiverem mais de 45 anos, podem ir por conta, mas precisam de autorização por escrito do mahram. A peregrinação só pode ser feita entre o oitavo e o 13º dia do Dhu al-Hijja, o último mês islâmico (em 2016, o período caiu em setembro). O ritual tem tantos detalhes que ele normalmente é feito em grupos guiados.

PASSO A PASSO

Há vários tipos de peregrinação, mas todos incluem passos introdutórios e culminam com o ritual chamado hajj

(Arthur Daraujo/Mundo Estranho)

1. É comum preceder a hajj com uma “miniperegrinação” chamada umrah, que antecipa vários rituais da principal, mas não é obrigatória. A hajj em si começa em uma Miqat (imagem acima), entrepostos sagrados perto de Meca (A), onde os peregrinos entram em ihram, estado de pureza que demanda rezas, banho, um trato na barba e no cabelo, e o abandono de perfumes, cigarros, sexo e cortes de unha. Os fiéis vestem panos brancos que simbolizam a igualdade antes de, enfim, partir para Meca

(Arthur Daraujo/Mundo Estranho)

2. Em Meca, os peregrinos entram no pátio central da Grande Mesquita e fazem o tawaf, rito de dar sete voltas ao redor da Caaba, a Pedra Negra sagrada do Islã. O percurso é feito em sentido anti-horário. Deve-se rezar e, se possível, beijar a pedra. Se não der, o fiel pode simplesmente apontar para a Caaba ao final das sete voltas

(Divulgação/Reprodução)

3. Os peregrinos então emendam o sa’i, ato de ir e voltar sete vezes entre os montes Safa e Marwah, por um trecho de 400 m que hoje está integrado à estrutura da mesquita. O ato lembra o desespero da mulher de Abraão, Agar, enquanto buscava água para o filho Ismael

(Divulgação/Reprodução)

4. Feitos esses três passos preparatórios, no dia 8 de Dhu al-Hijja é dada a largada da hajj de fato: o peregrino faz uma reza matutina e sai de Meca para Mina (B), onde passará o resto do dia e a noite rezando, e dormirá em grandes tendas com ar condicionado montadas pelo governo árabe no meio do deserto

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LOCAIS PRÓXIMOS QUE FAZEM PARTE DO CIRCUITO

(Arthur Daraujo/Mundo Estranho)
(Divulgação/Reprodução)

5. Na manhã seguinte, os peregrinos se dirigem ao monte Arafat (C), 13 km ao leste de Mina, onde Maomé pronunciou seu último sermão. Os fiéis ficam aqui até o fim da tarde em um estado de meditação chamado waquf, durante o qual se arrependem de seus pecados, fazem preces e escutam sermões

(Divulgação/Reprodução)

6. Depois do pôr do sol, os fiéis percorrem nove quilômetros a pé até Muzdalifah (D), uma área entre Arafat e Mina. Aqui, realizam orações vespertinas e noturnas e recolhem 49 pedras a serem usadas no terceiro dia de peregrinação. Os peregrinos passam a noite aqui, geralmente dormindo no chão do deserto, a céu aberto

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7. Ao amanhecer do dia 10 de Dhu al-Hijja, os fiéis voltam a pé até Mina, onde fazem o ritual de apedrejamento da Jamrat al Aqabah, uma parede de 26 m de largura que representa as tentações do diabo. Eles devem apedrejar a parede sete vezes, usando parte das pedras que recolheram em Muzdalifah. Até 2004, o apedrejamento era feito em pilares em vez de paredes, mas o governo árabe os substituiu por muros devido a acidentes nos quais as pessoas acabavam acertando pedras em outros fiéis

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8. Ainda em Mina, é hora de sacrificar um animal, geralmente um cordeiro ou uma cabra. Antigamente, o próprio peregrino era quem matava o bicho, mas hoje basta comprar um voucher que garante que os açougues locais farão o sacrifício em nome do peregrino. A carne é distribuída a instituições de caridade

(Divulgação/Reprodução)

9. Feito o sacrifício, os fiéis cortam o cabelo. Eles podem escolher entre uma aparada mais discreta, chamada taqsir, ou uma raspagem total, a halq. Na sequência, os peregrinos voltam a Meca, onde fazem outro tawaf, as sete voltas ao redor da Caaba. A noite do dia 10 para o dia 11 de Dhu al-Hijja é passada em Mina

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(Divulgação/Reprodução)

10. No dia 11 de Dhu al-Hijja, em Mina, repete-se o ritual de apedrejamento do Jamrat al Aqabah, desta vez incluindo outras duas paredes: Jamrat Oolah e Jamrat Wustah. A regra é jogar sete pedras em cada uma das paredes em ordem de leste a oeste. O ritual é repetido no dia seguinte, totalizando 42 pedras

(Divulgação/Reprodução)

11. Caso o segundo apedrejamento completo tenha terminado antes do pôr do sol, os peregrinos voltam a Meca para fazer uma tawaf de despedida, chamada Tawaf al-Wadda, e aí estão liberados. Se não conseguirem, devem fazer o ritual de apedrejamento no dia 13 de Dhu al-Hijja e então a tawaf de despedida em Meca

 

Pergunta do leitor Leonardo Miloch, Dracena, SP

FONTES Livro Islamic Pilgrimage to Mecca, publicado pelo Ministério de Assuntos Religiosos de Omã; sites União Islâmica, IslamemLinha, Al Jazeera e BBC

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CONSULTORIA Mohamad Al Bukai, diretor de assuntos islâmicos da União Nacional Islâmica e xeique da mesquita de Santo Amaro (São Paulo)

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