Havia duas classes de supersubmarinos japoneses na 2ª Guerra: a I-400, cujas embarcações serviam como porta-aviões, e a I-200, que nomeava os submarinos mais velozes da época. Após a rendição japonesa, em 1945, os EUA tomaram a frota naval do império. Houve uma curta fase de pesquisas em Pearl Harbor até que, em 1946, os soviéticos exigissem acesso à nova tecnologia. Os americanos não pensaram duas vezes antes de afundar cinco submarinos, com inovações que poderiam servir de base para o desenvolvimento de novas embarcações durante a Guerra Fria. O local em que naufragaram só foi descoberto em 2005, quando uma equipe de exploradores achou dois I-400 perto da ilha de Oahu, no Havaí – um exemplar da classe I-200 também veio à tona em 2009.
Esquadrão classe I
Estima-se que ainda haja dois destes submarinos afundados perto do Havaí
Artilharia pesada
Não era só no tamanho que os I-400 lembravam uma fortaleza. Os subs eram equipados com quatro metralhadoras de 25 mm para defesa antiaérea e oito tubos de torpedo. Contra outras embarcações ou alvos terrestres, o canhão de 140 mm no deque dava conta do recado
Casa das máquinas
Hangares selados, à prova d’água, abrigavam até três aviões bombardeiros Aichi M6A1 Seiran. Isso só era possível em submarinos desse porte, com mais de 120 m de comprimento. Os I-400 só foram superados na década de 1950, pelos submarinos nucleares
Escondendo o jogo
Quando o submarino ia submergir, os canhões de deque para defesa antiaérea eram automaticamente recolhidos por um sistema elétrico. Isso turbinava a “invisibilidade” do I-200, já que, quanto mais lisa a superfície da embarcação, mais difícil ser detectada
Fluindo bem
O design inovador dos I-200 privilegiava a hidrodinâmica. Exemplo disso era a inédita torre cônica, que agilizava a navegação criando menos atrito com a água. O design da torre permaneceu nos submarinos da geração seguinte e é usado até hoje
Pintura irada
Não havia submarino melhor em stealth – capacidade de se tornar invisível para as tecnologias de detecção inimigas. O desenho do casco dos I-200 dificultava a sua identificação por radares. A pintura especial absorvia as ondas de sonar e também despistava os rivais
Ases indomáveis
Os hidroaviões bombardeiros Seiran foram projetados para operar a partir dos I-400 e atacar outras embarcações. As asas e os estabilizadores traseiros eram dobráveis e, para caber no hangar, a largura frontal da aeronave não ultrapassava o diâmetro das hélices
Decolagem autorizada
Uma catapulta hidráulica, com 37 m de comprimento, lançava os Seiran, que percorriam a pista de lançamento presos em trilhos e decolavam a 180 km/h. De 6 a 10 marinheiros no deque preparavam e lançavam as três aeronaves em menos de 20 minutos
Tubarão metálico
Duas barbatanas dianteiras retráteis davam estabilidade para o submarino alcançar 35 km/h, velocidade máxima em navegação submersa. Os I-200 iam mais fundo do que os outros subs japoneses – até 110 m de profundidade – e ficavam submersos por até 30 dias.
SUBMARINO PORTA-AVIÕES I-400Tripulação – 144Armamento – 3 bombardeiros, 4 metralhadores antiaéreas, 1 canhão e 8 tubos de torpedoVelocidade – 35 km/h na superfície e 12 km/h submersoComprimento – 122 mPeso – 6 560 toneladasCuriosidade – Os I-400 podiam dar uma volta e meia em torno do globo sem reabastecer. Nenhum outro submarino movido a diesel ou a eletricidade igualou o feito
SUBMARINO DE ATAQUE RÁPIDO I-200Tripulação – 31Armamento – 4 tubos de torpedo e 2 canhõesVelocidade – 29 km/h na superfície e 35 km/h submersoComprimento – 79 mPeso – 1 657 toneladasCuriosidade – Os torpedos Type 95 queimavam oxigênio puro junto com o querosene usado como combustível. Esse mecanismo garantia o triplo de alcance em relação aos torpedos inimigos
AICHI M6A1 SEIRANTripulação – 2Armamento – 1 metralhadora na cabine + bomba de 800 kg ou torpedoVelocidade – 474 km/hComprimento – 11,64 mEnvergadura – 12,26 mPeso – 4 toneladas (armado)Curiosidade – Os japoneses queriam levar a guerra ao solo americano, atacando os EUA pelo Pacífico. Os Seiran levariam bombas para espalhar doenças epidêmicas, como cólera e tifo
FONTES – Battle at Sea, de R.G. Grant (Editora DK) e documentários The Hunt for the Samurai Subs (National Geographic) e Ghost Fleet – The Search for the Secret Japan Submarines (Discovery Channel)