Exclusivo: Um bate-papo com John Boyega, o Finn de “Star Wars”
A ME foi a Los Angeles entrevistar John Boyega, o Finn de "Star Wars Episódio VII", que estreia em 17/12
A ME foi a Los Angeles entrevistar o ator John Boyega, de Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força. O britânico revelou, com exclusividade, os bastidores do filme mais aguardado do ano. De quebra revelou mais um pouquinho sobre seu personagem, Finn, e até ajudou a imaginar uma atração para os novos parques Star Wars que a Disney planeja lançar no futuro. Confira.
Você já está se acostumando com chegar em um lugar e ter 8 mil pessoas te esperando e gritando seu nome?
Você nunca se acostuma a isso. Mas encontrar os fãs e perceber como eles apoiam a saga é algo incrível. Estou me divertindo demais.
Você nasceu no período entre as duas trilogias anteriores. Qual é sua primeira memória sobre Star Wars? Foi com algum dos filmes, um game, um produto?
Foi um produto! Eu tinha o action figure do Darth Maul [vilão de Episódio I: Ameaça Fantasma]. Foi a partir daí que descobri de onde ele tinha vindo. Comecei a ver as prequels e só depois é que fui ver a trilogia original.
Então você assistiu na ordem cronológica, na ordem em que deveria ser vista!
[Risos] Há um pouco de controversa sobre isso! Mas eu entendi bem a história de Anakin.
Então qual é o seu filme favorito?
O Império Contra-Ataca.
É o favorito de todo mundo, né?
É mesmo? Uau. Eu acho que tem a ver com um certo wookie e um certo Han Solo…
Fale um pouco mais sobre como você conseguiu o papel. Quanto você sabia sobre Finn antes de ser oficialmente escalado?
Foi um processo de preparação de mais de sete meses, que também servia como seleção de elenco. Finn surgiu no roteiro de Lawrence Kasdan, mas decidi acrescentar um pouco de quem eu era, um pouco do que fui aprendendo sobre ele e um pouco do que pesquisei sobre o universo Star Wars.
Foram sete meses de treino para o filme?
Não, isso foi só para a seleção de elenco! Foi um processo bem longo, que envolveu ensaios, treino físico, química como os outros atores…
Então foi como um “intensivão Star Wars”?
Exatamente! Acho que vi praticamente todo o conteúdo de Star Wars que existia no YouTube. Foi realmente muito bom, me diverti muito.
Você diz que construiu Finn com alguns elementos da sua vida. Pode nos dar exemplo?
Finn tem um certo charme, uma qualidade juvenil, que o torna muito amável. É algo assim que tentei imprimir no personagem. E me diverti muito, o que também está nele. Eu gosto de diversão, sair com os amigos, ficar com a família. E essas coisas são exploradas em todos os filmes da franquia.
Devo assumir que Finn ajuda a trazer um pouco de alívio cômico na trama?
Eu diria que Finn ajuda a trazer de volta o estilo original de narrativa, como o salto entre diferentes situações, mas com um pouco de mistério envolvendo essas histórias. Você o viu como Stormtrooper, depois você o vê em outras circunstâncias… Então há essa confusão e Finn terá que responder a muitas dúvidas quando o filme finalmente estrear.
E o que você pode, de fato, adiantar sobre Finn? Ele é um Stormtrooper? Está disfarçado como um?
Eu só posso dizer que ele vai passar por uma jornada interessante que exige muitas trocas de figurino.
E sobre o seu misterioso sobrenome, do qual não sabemos nada. Devemos supor que ele não foi revelado até agora por um motivo?
[Irônico] Eu não faço a menoooor ideia. Hum… sobrenome. Sobrenome. Quem é que sabe? [Risos]
Quando você é escalado num filme tão monumental e aguardado quanto este, surge um enorme holofote sobre sua cabeça. Todo mundo passa a prestar atenção em você. Mas, ao mesmo tempo, você tem que assinar um acordo de confidencialidade sobre a trama. Isso é muito difícil pra você? Você é bom em guardar segredos?
Eu sou muito bom em guardar segredos de Star Wars! E a única razão é porque eu também sou um fã de Star Wars, então quero contar TUDO, mas sei como foi importante para o público, anos atrás, quando eles descobriram no cinema que Darth Vader era pai de Luke. Claro que era uma outra época, sem mídias sociais, sem celulares com câmeras… Era mais fácil guardar um segredo. Mas a questão é que o mistério ajuda a experiência do filme quando você o vê pela primeira vez.
Como foi sua relação com os membros do elenco original? Que tipo de conselhos te deram? Em algum momento você pensou “Meu Deus, eu vou ser um desses caras. Daqui a trinta anos, estarei gravando Episódio XXII”?
[Risos] Espero que eu esteja com um condicionamento físico tão bom quanto o de Harrison Ford na idade dele! Ele fez várias de suas próprias cenas de ação. Mas, sim, o elenco veterano nos recebeu bem. No set, eles falavam com a gente o tempo todo. Aprendemos as diferentes experiências que eles tiveram. São muito carinhosos e otimistas sobre dar prosseguimento à franquia. O que é bom, porque se eles têm essa mentalidade, então o público também talvez pense “Quer saber? Estou pronto para uma nova jornada, depois de tantos anos”.
Eles te deram boas dicas?
Só lembro de Harrison dizer que minha vida ia mudar. Por enquanto, tem sido bom!
O diretor J.J. Abrams tentou fazer o máximo de efeitos especiais diretamente no set, sem computação gráfica depois. O que é mais difícil: interagir com algo que não está lá (e será adicionado depois via CGI) ou a pressão e o perigo de fazer uma cena de ação de verdade, com aquele risco de que se algo der errado, vai levar um tempão para reorganizar tudo para uma nova tomada?
Acho que depende. Em termos de interação, é sempre melhor ter algo lá. Mas, para mim, este é o mundo do showbusiness, então há algo de fascinante em trabalhar com algo que não existe. É algo que você tinha que fazer quando era criança. Não sei se você sempre teve todos os brinquedos que quis; eu certamente não, então invisibilidade e imaginação sempre teve um papel importante nas brincadeiras. Você volta a ser criança, reagindo a coisas que não estão lá. Mas fomos abençoados no Episódio VII que J.J. fez questão de voltar a como era antes, com muitos efeitos práticos: fantoches, animatronics, etc.
Foi difícil vestir a roupa de Stormtrooper? Você passava muito calor? Várias das suas cenas foram gravadas no deserto.
Você viu o trailer? Parecia quente? [Risos] Aquele calor era real!
Parecia!
A roupa era muito quente. Mas aí comecei a pensar em Anthony Daniels [que interpreta C-3PO, numa roupa ainda mais fechada que a de um Stormtrooper] e parei de sentir calor. Mesmo com a sensação de que meu cérebro ia explodir. Mas eles nos mantiveram saudáveis e seguros o tempo todo. Eles me enchiam de água o tempo todo. E a gente conseguiu as cenas que queríamos, e elas ficaram muito boas.
Quanto tempo levava para vestir a armadura?Não era nada fácil. Eu precisava da ajuda de mais duas pessoas. Em média, no começo, o processo todo levava 45 minutos! Mas, com o tempo, conseguimos reduzir para 25 minutos.
Como você sentiu vestindo aquela roupa? Talvez, com exceção de Darth Vader, o figurino de um Stormtrooper é o mais reconhecível nesse universo. Você sentiu poderoso? Se sentiu maligno?
Não, não me senti nem maligno nem bondoso. Só achei legal! Inclusive a nova versão. Espero que nesse filme os Stormtroopers atirem direito! [Risos] O novo uniforme tem que facilitar alguma coisa!
Foi parte do seu treino? Aprender a mirar e atirar?
Acho que deveria ser parte do treino de todos os Stormtroopers! [Risos] Não consigo entender como aqueles disparos nunca pegam ninguém.
Com qual membro do elenco você interagiu mais?
Eu passei muito tempo com todos eles. Era um evento familiar, a gente se tornou muito próximos uns dos outros. Oscar [Isaac], Lupita [N’yongo], Daisy [Ridley], Gwen [Gwendolyne Christie]. A gente estava junto o tempo todo. Foi mesmo incrível.
Você espera voltar para o próximo filme?
Bom, o universo de Star Wars está se expandindo… Vamos ver… Conforme a história de Finn se desenvolve…
Para terminar: a Disney anunciou que irá criar dois parques temáticos sobre Star Wars. Se você pudesse criar uma atração baseada em Finn, como ela seria?
Eu acho que seria… Acho que faria as pessoas correr numa esteira, em pleno deserto, vestidas de Stormtrooper, para ver o que elas acham!