Grama tem semente?
Tem, sim. As sementes da grama ficam nas flores dela, que são aquelas hastes em forma de V ou T, que muita gente na zona rural adora arrancar para mordiscar o caule. Nas pontas dessas hastes ficam as sementinhas, que são carregadas e polinizadas com a ajuda do vento e das abelhas. “No Brasil não […]
Tem, sim. As sementes da grama ficam nas flores dela, que são aquelas hastes em forma de V ou T, que muita gente na zona rural adora arrancar para mordiscar o caule. Nas pontas dessas hastes ficam as sementinhas, que são carregadas e polinizadas com a ajuda do vento e das abelhas. “No Brasil não temos a tradição de usar sementes para fazer gramados. Por isso, as sementes que encontramos no mercado são em sua maioria importadas”, afirma o engenheiro agrônomo Oswaldo Barretto de Carvalho, do Departamento de Parques e Áreas Verdes de São Paulo (Depave). Aqui o método mais utilizado para o plantio é o uso de pedaços de grama já um pouco desenvolvidos, que podem ser encontrados em forma de mudas, de placas de gramado e até de verdadeiros tapetes com essa cobertura vegetal. Além das diferentes formas de plantio, existem mais de 8 mil espécies diferentes da planta, sendo as mais comuns no Brasil a esmeralda (Zoysia japonica) e a batatais (Paspalum notatum). Dentro do mundo esportivo, há outras duas gramas que se destacam: a bermudas (Cynodon dactylon), muito usada nos campos de futebol, e a perennial ryegrass (Lolium perenne), que forra as quadras de tênis do famoso torneio de Wimbledon. Aliás, o que mais impressiona nas quadras de tênis é altura em que a grama é podada: apenas 8 milímetros, o equivalente a um terço da altura dos gramados de futebol.
Entre as espécies populares no Brasil, a japonesa é uma das mais delicadas
Japonesa (Zoysia tenuefolia)
Tem folhas finas, macias e miúdas. A principal vantagem é que tem crescimento lento, o que dispensa as podas freqüentes. A desvantagem é sua fragilidade. A grama japonesa não resiste ao pisoteio, requer um solo rico em material orgânico e precisa de bastante sol
Inglesa (Stenotaphrum secundatum)
É conhecida no Brasil como “santo agostinho”. É a mais indicada para terrenos em regiões litorâneas, pois resiste à salinidade. A espécie se desenvolve bem em áreas semi-sombreadas, mas é frágil a ataques de pragas e ao pisoteio
São Carlos (Axonopus compressus)
Também conhecida como “grama missioneira”, ou “sempre-verde”, a são carlos adora lugares úmidos e frios. Com folhas largas e sem “pêlos”, ela suporta bem ambientes em meia-sombra, mas exige irrigações periódicas em épocas de estiagem
Bermudas (Cynodon dactylon)
É a grama da maioria dos campos oficiais de futebol do Brasil, incluindo o Maracanã. A bermudas tem folhas estreitas e é bastante resistente às chuteiras. Seu crescimento é rápido, o que exige cortes regulares, e ela precisa de grande luminosidade
Esmeralda (Zoysia japonica)
Cerca de 80% de toda a grama comprada no Brasil é desse tipo. Suas folhas são delicadas e mais estreitas que a japonesa. Por formar um verdadeiro tapete verde, é usada em gramados residenciais, áreas públicas, casas de campo e no controle da erosão de terrenos
Batatais (Paspalum notatum)
É o tipo mais comum nos quintais das casas. Dá para pisar nela à vontade, pois a batatais é bem resistente. Ela consegue se desenvolver em áreas mal iluminadas, regiões secas e de solos pobres, além de ser capaz de sair ilesa de eventuais ataques de pragas