Lugares assombrados do Brasil, parte 5: Mina da Passagem
Um grave acidente transformou essa mina de ouro de Mariana (MG) em um buraco sombrio
Em 1936, uma inundação subterrânea matou 17 pessoas que trabalhavam nessa que foi uma das maiores minas de ouro do Brasil. Localizada em Mariana, cidade mais antiga de Minas Gerais, a mina tem 120 m de profundidade e produziu mais de 32 toneladas de ouro entre os séculos 18 e 20. Após a tragédia, o local nunca mais foi o mesmo.
Formada por corredores subterrâneos, a mina só foi desativada em 1954 e atualmente é aberta ao turismo. Mas as pessoas podem entrar só até um pedaço. Os visitantes dizem ouvir barulhos de sinos e correntes mesmo com a mina vazia. Em um dos corredores, uma imagem de Santa Bárbara, protetora dos mineiros, guarda a alma dos mortos.
Há relatos de que o espírito de um tal Capitão Jack, inglês que era um dos chefes da mina no passado, aparece nos corredores subterrâneos. Vestido de branco, ele cavalgaria pela mina, disparando faíscas e luzes prateadas. Na ganância por encontrar mais ouro, Jack teria sido morto durante uma explosão para abertura de mais túneis.
Em 2015, Mariana voltou às manchetes com outra tragédia: o rompimento de uma barragem que continha dejetos de mineração liberou uma avalanche com 62 milhões de m3 de lama tóxica.
CEMITÉRIO DOS INGLESES
A mina não é a única locação macabra da cidade
Mariana sofre com outro fato sombrio. Em um cemitério, 14 sepulturas de ingleses, que morreram entre 1891 e 1927, soltam fogo de seu interior. Segundo os registros, lá foram enterrados nove homens, quatro mulheres e uma pessoa não identificada. Todos os túmulos foram violados e saqueados, profanação que teria aprisionado as almas ali.
CONSULTORIA Angela Arena, pesquisadora e professora de turismo na Faculdade Anhanguera, e Mateus Fornazari, do site Sobrenatural
FONTES Centro de Estudos Avançados da Conservação Integrada de Recife, Fundação Gilberto Freyre; programas de TV Ghost Hunters International (SyFy); Linha Direta (Globo) e Fantástico (Globo); jornais Diário de S. Paulo, Folha de Pernambuco, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Fluminense; sites G1 e R7; revista VEJA; livros Assombrações do Recife Velho, de Gilberto Freyre, Histórias Mal-Assombradas do Caminho Velho de São Paulo e Histórias Mal-Assombradas do Tempo da Escravidão, de Adriano Messias; e tese de doutorado Trabalho e Cotidiano na Mineração Aurífera Inglesa em Minas Gerais: A Mina da Passagem de Mariana (1863-1927), de Rafael de Freitas e Souza