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O que podem fazer os robôs da Nasa mandados para Marte?

Que os jipes-robôs Spirit e Opportunity mandaram as melhores imagens já feitas de Marte, todo mundo sabe. Mas o trabalho deles foi bem mais longe. Cada um levou equipamentos capazes de analisar detalhes do solo marciano com quase tanta precisão quanto um laboratório terráqueo. A parafernália toda foi desenvolvida com um objetivo básico: mostrar se […]

Por Redação Mundo Estranho
Atualizado em 22 fev 2024, 11h09 - Publicado em 18 abr 2011, 18h51

Que os jipes-robôs Spirit e Opportunity mandaram as melhores imagens já feitas de Marte, todo mundo sabe. Mas o trabalho deles foi bem mais longe. Cada um levou equipamentos capazes de analisar detalhes do solo marciano com quase tanta precisão quanto um laboratório terráqueo. A parafernália toda foi desenvolvida com um objetivo básico: mostrar se Marte realmente teve água líquida num passado distante – requisito para a vida como a conhecemos. O microscópio dos dois robôs gêmeos, por exemplo, pôde mandar imagens em close de pedras marcianas para os cientistas estudarem se a textura delas foi moldada por rios e mares. Já para as análises mais profundas, cada robô levou dois espectrômetros, equipamentos que analisam os diferentes raios de luz que uma substância reflete. Assim é possível “ver” quais e quantos elementos formam os tipos diferentes de rochas marcianas. E isso pode indicar se a água teve ou não algum papel na evolução química dessas rochas. A busca por H2O também fica clara quando a gente vê os lugares escolhidos para os pousos. O Spirit foi mandado para um vale que tem todo o jeitão de um leito seco de rio.

E o Opportunity desceu em um terreno cheio de hematita – um mineral composto de ferro e oxigênio e que geralmente se forma na presença de água. Os jipes-robôs foram feitos para explorar esses terrenos seguindo ordens da Terra. A cada manhã marciana, depois que a luz natural ativa seus painéis solares, eles recebem uma lista de tarefas a serem feitas naquele dia. Os robôs vagam pelo planeta a um ritmo de 5 centímetros por segundo (0,18 km/h). Parece coisa de tartaruga, mas já é bem mais rápido que a média de velocidade de um jipinho anterior, o Sojourner, de 1997. A dupla atual pode andar até 40 metros por dia, enquanto o antecessor não passava de 10 metros. O Spirit e o Opportunity foram projetados para continuar em ação até abril.

Jipe de outro planeta
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1. DETETIVE DE ROCHAS

Um espectrômetro que equipa o robô tem a missão de buscar compostos de ferro, mineral que sempre aparece misturado a outros elementos, como o oxigênio. O equipamento estuda se tais compostos se formaram na presença de água

2. Inspetor químico

Há também um espectrômetro de radiação. Ele analisa emissões de raios X (radiação invisível, que varia de um elemento químico para outro) e de partículas alpha (que sai de minerais radioativos) para conhecer a composição das rochas de Marte

3. VISÃO CLÍNICA

Cada jipe-robô tem um microscópio que filma com resolução de 1 megapixel. Ele focaliza áreas bem pequenas, com 3 centímetros de diâmetro. O microscópio pode tirar fotos de ângulos diferentes para montar imagens 3D ultradetalhadas do solo marciano, buscando traços de água ou sinais de que seres vivos já estiveram por lá

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4. FURADA PREVISTA

Como Marte é uma poeira só, a composição interna das rochas é diferente da superficial. Então cada jipe-robô tem uma broca que faz buracos de 5 centímetros de diâmetro por 5 milímetros de profundidade nas pedras. Assim o microscópio e os dois espectrômetros conseguem vasculhar o interior da rocha. O equipamento leva pelo menos duas horas para fazer a perfuração

5. OLHOS BEM ABERTOS

Duas câmeras principais ficam a 1,47 metro de altura. Elas funcionam como olhos: a imagem de uma completa a da outra, formando uma visão estéreo. Cada ponto (pixel) que forma as imagens digitais corresponde a um espaço real de 1 milímetro. É algo próximo da visão humana. Panorâmicas, elas giram 360º na horizontal e 180º na vertical

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