Têm sim. Só que os tipos sanguíneos variam muito de espécie para espécie e, na maioria das vezes, não têm nada a ver com os nossos. Os grupos sanguíneos são determinados por um tipo específico de proteína encontrada na superfície dos glóbulos vermelhos, as células do sangue responsáveis pelo transporte de oxigênio e gás carbônico pelo organismo. Quanto mais proteínas, mais grupos sanguíneos a espécie vai ter. Veja a comparação: nós, seres humanos, temos quatro tipos de sangue – A, B, AB e O, todos descobertos no início do século 20. Já os cachorros, por exemplo, têm oito tipos principais. Os gatos, apenas três, e os cavalos, cerca de 30! Em todos esses casos, vale a mesma regra que para nós, humanos: um bicho só pode receber sangue se for de um grupo compatível com o seu. “Conhecer o tipo sanguíneo de um animal é importante para realizar com sucesso as cirurgias que precisam de transfusões. Se for usado um tipo de sangue incompatível, ele é rejeitado e o animal pode até morrer”, afirma a bióloga Ida Sigueko Sano-Martins, do Instituto Butantan, de São Paulo.