Variações de umidade, circulação e temperatura do ar na troposfera – camada atmosférica que vai até 17 quilômetros de altura – determinam o formato e o tamanho das nuvens. As gigantescas estruturas que flutuam no céu se formam quando o ar quente sobe do solo carregando umidade em forma de vapor d’água. Quanto maior a altitude, mais essa massa de ar resfria, fazendo o vapor d’água condensar. As gotículas formadas nas alturas tendem a se aglomerar em blocos que, vistos de longe, se parecem com chumaços de algodão. A nuvem segue se desenvolvendo enquanto o ar que a forma for mais leve e mais quente que o ar que a rodeia. Ao longo desse processo, ela pode mudar de forma, de altitude e até mesmo despencar em forma de chuva.
Boa forma Aparência e altitude determinam os tipos de nuvem classificados pela ciência
ALTOCUMULUS
ALTITUDE – 2 mil a 5 500 metros
FORMATO – Tufo arredondado com traços suaves e regulares. Geralmente é uma pequena nuvem que se agrupa sem perder o FORMATO – original, graças à estabilidade das correntes de ar
CIRROCUMULUS
ALTITUDE – 5 mil a 12 mil metros
FORMATO – Parecida com um grão branco, se junta a outras formando o “céu de carneirinho”. São espaçadas em intervalos regulares e, às vezes, formam uma textura encrespada
LENTICULARIS
ALTITUDE – 2 mil a 7 mil metros
FORMATO – Tipo de altocumulus que se forma quando uma massa de ar sobe pela encosta de uma montanha. Chegando ao topo, ela se expande, resfria e fica pairando ao redor do pico
NIMBOSTRATUS
ALTITUDE – 600 a 5 500 metros
FORMATO – Densa e cinzenta, com aspecto uniforme e base dispersa. A luz do Sol nunca atravessa essa nuvem. É responsável por carregar – e descarregar – chuva e neve
CUMULUS
ALTITUDE – 600 a 900 metros
FORMATO – Tem base reta, contornos bem definidos e arredondados, e dura no máximo dez minutos. A partir daí, cresce ou se dispersa
COMO SE FORMA – Por correntes intensas de calor – quanto mais quente a corrente, mais definida é a forma da nuvem – provocadas, muitas vezes, por fogueiras e queimadas
STRATOCUMULUS
ALTITUDE – 600 a 2 mil metros
FORMATO – Camada de névoa com base bem definida. Aparece na forma de gomos ou rolos, contínuos ou com vãos entre eles. A cor vai do branco mais intenso ao cinza-escuro
GLÓRIA DA MANHÃ
ALTITUDE – Mil a 2 mil metros
FORMATO – Rolos de nuvens densos que chegam a ter mais de 900 quilômetros de comprimento e aparecem em poucos lugares, como o golfo Savannah, na Austrália
COMO SE FORMA – Uma das explicações mais prováveis é de que seja resultado da colisão entre correntes de brisa marítima
CIRRUS
ALTITUDE – 5 mil a 13 700 metros
FORMATO – Nuvem fina, de aparência fibrosa ou sedosa. Como se fosse um fio, de variadas grossuras, aparece bem alto, riscando o céu
COMO SE FORMA – Surge de nuvens como a cumulonimbus e até do vapor expelido pelo motor de aviões. Fica tão alta que os cristais de gelo que caem dela não chegam ao solo
CIRROSTRATUS
ALTITUDE – 6 mil a 13 mil metros
FORMATO – Parece um manto, fino e transparente, de textura fibrosa ou lisa. É difícil identificá-la, mas, quando a luz do Sol ou da Lua a atravessa, forma um halo inconfundível
ALTOSTRATUS
ALTITUDE – 2 mil a 7 mil metros
FORMATO – Cinzenta e uniforme. Por ser rarefeita, passa quase despercebida até o pôr ou o nascer do sol “pintá-la” com tons avermelhados
COMO SE FORMA Uma camada de ar quente se eleva rapidamente, esbarrando com uma frente fria, por exemplo. Acontece quando as correntes de ar estão mais estáveis
STRATUS
ALTITUDE – Até 2 mil metros
FORMATO – Camada cinzenta e plana que pode até ser transparente. No nível do solo, aparece em forma de neblina, mas pode se condensar e se transformar numa stratocumulus
CUMULONIMBUS
ALTITUDE – 600 a 14 mil metros
FORMATO – Nuvem de tempestade que cresce exageradamente, a ponto de as gotículas do topo virarem cristais de gelo
COMO SE FORMA – Quando uma cumulus acumula calor e umidade, cresce até o topo da troposfera, virando a maior nuvem de todas
– Em latim, nimbus quer dizer chuva
– Estima-se que uma nuvem dessas tenha energia equivalente a dez bombas de Hiroshima
CONSULTORIA – Edmilson Dias de Freitas, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP FONTE – Guia do Observador de Nuvens, de Gavin Pretor-Pinneyv