Por causa de uma vibração em seu sistema circulatório. Essa turbulência ocorre com mais intensidade numa veia muito larga que os gatos têm na região peitoral. Quando os músculos em torno desse vaso se contraem, as vibrações são amplificadas pelo diafragma. É por isso que o peito do bichano parece conter um motorzinho – muitas pessoas acreditam, erroneamente, que o som é sinal de que o bicho tem asma. As vibrações também são transmitidas pela traquéia até saírem pela cavidade sinusoidal (perto do nariz, nos seios da face) na forma do ronronar, aquele ruído repetitivo que parece um mantra feito com uma consoante só: “Rrrrrrr…”
Além dos gatos, outros felinos pequenos – como a jaguatirica e o lince – também fazem o mesmo barulho. Já grandes felinos, como o leão e o tigre, não o produzem. Se os motivos fisiológicos do ronronar são fáceis de entender, não dá para dizer o mesmo sobre as situações em que ele aparece. “O ronronar dos gatos é a expressão de um estado emocional. Só não está claro se esse comportamento está ligado apenas a sensações de prazer, como parece, ou também a experiências desagradáveis, como medo e ansiedade”, afirma o veterinário Mauro Lantzman, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).