Antes de mais nada, vale a pena desfazer um mal-entendido. Rato (Ratus norvergicus) é um bicho e cobaia (Cavia porcellus), também conhecido como porquinho-da-índia ou preá, é outro. Junto com o camundongo e o hamster, são os quatro animais preferidos dos cientistas para a realização de experiências em laboratório. A escolha do rato se dá por vários motivos. Primeiro, sua fisiologia é bastante semelhante à humana. Depois, seu período de gestação, de apenas 21 dias (o mesmo do camundongo), é muito curto, o que faz com que os resultados das experiências possam ser checados rapidamente. “Se quisermos saber se uma certa droga afeta os filhotes, teremos a resposta em 21 dias”, diz a bióloga Renaide Rodrigues Ferreira, da Universidade de São Paulo (USP). Além disso, o rato é o animal mais prolífico da natureza.
As fêmeas dão de três a seis ninhadas por ano e um único casal é capaz de se desdobrar em dez gerações em apenas três anos. Isso os torna especialmente vantajosos quando se deseja testar o efeito de um novo medicamento sobre os descendentes de quem irá tomá-lo. Por fim, o fator econômico também influencia essa escolha, pois é muito mais barato e fácil cuidar de animais de pequeno porte do que de bichos maiores, como coelhos, macacos, cachorros ou porcos.