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Quais as diferenças entre o português do Brasil, Moçambique e Angola?

As grandes diferenças são as influências de línguas nativas e estrangeiras, que resultam em palavras e expressões particulares

Por Geiza Martins
Atualizado em 1 nov 2018, 16h22 - Publicado em 15 ago 2016, 12h56

As grandes diferenças são as influências de línguas nativas e estrangeiras, que resultam em palavras e expressões particulares. O português brasileiro tem influência de línguas indígenas e dos idiomas dos imigrantes, como árabes e italianos.

Em Moçambique, o português é marcado por 20 línguas locais. Apesar de ser o idioma oficial do país, ele é falado por apenas 40% da população.

Em Angola, há 11 línguas e diversos dialetos que transformam o português local e aumentam seu vocabulário. Mas, do ponto de vista gramatical, o português angolano é mais próximo do europeu do que o brasileiro. Por tudo isso, nos três países, há regionalismos que podem deixar o idioma incompreensível mesmo para outros lusófonos. Veja a seguir:

Um idioma em várias versões

Brasil
Mapa Brasil língua portuguesa
(Guilherme Lira/Mundo Estranho)

Aqui, a gente curte abusar do tempo verbal gerúndio, muito pouco usado em outros países lusófonos. Por exemplo, usamos a frase “estou fazendo isso” no lugar de “estou a fazer isso”. Há também o gerundismo, uso desnecessário do gerúndio, como em “vamos estar averiguando”.

Palavras vindas de outras línguas

  • Tupiniquim: “moqueca”, “mingau” e “catapora”
  • Kimbundu (Angola): “maconha”, “bunda” e “cafuné”
  • Espanhol: “alambrado”, “tablado” e “hombridade”
  • Italiano: “bandido”, “baderna” e “capricho”
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Angola

Mapa África língua Portuguesa
(Guilherme Lira/Mundo Estranho)

Em questão de sintaxe, o português angolano se aproxima muito do de Portugal. Assim como nossos colonizadores, os angolanos empregam o “si” e o “consigo” em circunstância que nós usamos “você” ou “senhor(a)”. Por exemplo, “Temos para si todo o tipo de eletrodomésticos”.

Palavras vindas de outras línguas

  • Kimbundu: “monandengue” (criança), “muxima” (coração) e “ginguba” (amendoim)
  • Umbundu: “ombela” (chuva), “akaya” (tabaco) e “atilili” (pipoca)
  • Cokwe: “katapi” (amendoim), “ndungue” (coração) e “samahonga” (pensador)
  • Kikongo: “sukadi” (açúcar), “malavu” (cerveja) e “esamunu” (profecia)

Moçambique

Em Moçambique, a língua portuguesa foi modificada por regras gramaticais de línguas locais. É o caso do verbo “nascer”, que lá é usado como na língua changana: “Meus pais nasceram minha irmã”. O mesmo vale para “Nos disseram que hoje não há aula”, que fica: “Nós fomos ditos que hoje não há aulas”.

Palavras vindas de outras línguas

  • Gitonga: “mapilapila” (intrigas), “macuti” (folhas de palmeira) e “mati” (água)
  • Changana: “molwene” (meninos de rua), “machimbombo” (ônibus) e “brada” (amigo ou irmão)
  • Cinyungwe: “amuna” (homens), “moto” (fogo) e “ufa” (farinha)
  • Emakhuwa: “mirette” (remédio), “murrutthu” (cadáver) e “otthapa” (alegria)
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Quiz linguístico

Nas figuras acima, mostramos alguns regionalismos, termos e gírias típicas de cada país (e de diferentes regiões do Brasil). Será que você consegue adivinhar o que eles querem dizer? A seguir, as respostas:

1. É o jeitinho piauiense de reforçar uma colocação

2. É uma expressão cuiabana para indicar indagação

3. É a maneira paulistana de dizer “Você sabe, né?”

4. Em Florianópolis, SC, significa que o João acertou em cheio

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5. Quer dizer que a pessoa ouviu rumores

6. É o equivalente a passar uma rasteira

7. Quer dizer que ela se veste bem

8. É um jeito jovem de dizer que bebeu bastante

9. É um convite para o café da manhã

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10. Quer dizer que o carro quebrou

11. É o jeito moçambicano de dizer “olha lá”

12. Do suaíli, falado no norte de Moçambique, e significa “sem problemas”

Consultoria: Tânia Macedo, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da USP

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