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Quais os 10 maiores gols da história?

Começou como uma brincadeira da redação, quando a equipe que arrisca suas canelas nos nossos animados rachões resolveu fazer uma lista com os maiores gols de todos os tempos. A discussão pegou fogo e, para colocar o time em ordem, passamos a bola para craques como Falcão, Casagrande e mais nove jornalistas especializados em futebol. […]

Por Rodrigo Ratier
Atualizado em 22 fev 2024, 11h11 - Publicado em 18 abr 2011, 18h50

Começou como uma brincadeira da redação, quando a equipe que arrisca suas canelas nos nossos animados rachões resolveu fazer uma lista com os maiores gols de todos os tempos. A discussão pegou fogo e, para colocar o time em ordem, passamos a bola para craques como Falcão, Casagrande e mais nove jornalistas especializados em futebol. Eles tocaram de primeira para nos ajudar a escolher os dez maiores gols da história. Na seleção, levamos em conta tanto a beleza do lance quanto sua importância histórica. O top 10 é bem nacionalista: só obras-primas do argentino Diego Maradona e do holandês Van Basten foram anotadas por craques estrangeiros. O consolo – nada desprezível, aliás – é que os dois gringos lideram o ranking. O recordista de indicações não podia ser outro: Pelé. No geral, ele foi mais votado que Maradona. A diferença é que nossos “boleiros” do júri se lembraram de oito gols inesquecíveis do “rei”, enquanto “Dieguito” concentrou a preferência geral num lance genial da Copa de 86. Encha o peito e solte o grito de “goooooooool” com a gente!

1. DEUS DIEGO MARADONA

Maradona (Argentina) – Argentina 2 X 1 Inglaterra – (Copa do Mundo de 1986)

Aos 6 minutos do segundo tempo, o argentino Diego Armando Maradona arranca do campo de defesa para marcar o maior gol da história. Em apenas 10 segundos, ele percorre 60 metros, enfileirando literalmente meio time inglês: seis súditos de Elizabeth II são iludidos por seus dribles desconcertantes. A genial arrancada que impulsionou o mediano time argentino para o bicampeonato (veja o lance completo abaixo) foi unanimidade entre os “boleiros” do júri.

2. HOLANDÊS VOADOR

Marco van Basten (Holanda) – Holanda 2 X 0 URSS – (Eurocopa de 1988)

A imagem é incrível: depois de receber um cruzamento muito alto da esquerda, o camisa 12 da Holanda emenda direto para o gol de Dasaev, com a bola no ar, num vôo quase sem ângulo na final da Eurocopa de 1988. Eleito o melhor do mundo em 1992, o atacante Van Basten abandonaria os gramados três anos depois, com apenas 30 anos, atormentado por dores violentas no tornozelo direito.

3. NASCIA UM GÊNIO

Pelé (Brasil) – Brasil 5 X 2 Suécia – (Copa do Mundo de 1958)

Na final da Copa, enfrentando os donos da casa, Pelé, então com 17 anos, domina no peito um cruzamento vindo da esquerda, chapela um zagueiro e fuzila para o gol. O cartão de visitas do futuro “rei” já havia aparecido na mesma Copa de 58, com um chapéu em versão mais modesta, no 1 a 0 contra o País de Gales.

4. PERFEIÇÃO ENSAIADA

Carlos Alberto (Brasil) – Brasil 4 X 1 Itália – (Copa do Mundo de 1970)

A conclusão da jogada é um clássico: Pelé rola mansinho na entrada da área para Carlos Alberto, que acerta uma cacetada rasteira no canto direito de Albertosi. Mas essa obra-prima coletiva começa na defesa, com um olé de Clodoaldo, que passa para Rivelino, que lança Jairzinho na esquerda. Este encontra Pelé, que encontra Carlos Alberto, que encontra a rede. Quatro a um, Brasil tricampeão.

5. FILEIRA INFERNAL

Dener (Portuguesa) – Portuguesa 2 X 1 Inter de Limeira – (Paulistão de 1991)

Incorporando Maradona em pleno estádio do Canindé, o abusado atacante da Portuguesa recebe a bola na defesa, enfileira quatro adversários – um deles leva um humilhante “drible da vaca” -, foge da falta e toca na saída do goleiro. A carreira do último craque da Lusa seria tão meteórica quanto sua célebre arrancada: aos 23 anos, Dener morreria num acidente de carro, no Rio de Janeiro, em 1994.

6. CANHOTA MINEIRA

Éder Aleixo (Brasil) – Brasil 2 X 1 União Soviética – (Copa do Mundo de 1982)

No time de supercraques da Copa de 1982, o ponta-esquerda Éder estava destinado a ser um mero coadjuvante. Isso até os 43 minutos do segundo tempo da estréia: Paulo Isidoro cruza, Falcão abre as pernas e deixa a bola encontrar a canhota do mineirinho, que levanta a pelota e executa um tirambaço. O Brasil vira o jogo e começa na Copa com o pé esquerdo – de Éder.

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7. TORPEDO CURVO

Nelinho (Brasil) – Brasil 2 X 1 Itália – (Copa do Mundo de 1978)

Enfrentando a Itália na disputa pelo terceiro lugar, o Brasil perde por 1 a 0. Sumidão no jogo, o lateral Nelinho desce pela direita e arrisca de fora da área. A bomba cruzada, perfeita, pega um tremendo efeito e morre do outro lado do gol, rente à trave do goleiraço Zoff. É um dos chutes mais curvos da história.

8. SHOW COLETIVO

Jairzinho (Brasil) – Brasil 1 X 0 Inglaterra – (Copa de 1970)

Contra os então campeões do mundo, uma rara combinação de garra, talento e conjunto: pela esquerda da área, Tostão dribla um adversário, roda sobre si mesmo e se livra de mais dois ingleses, tocando de curva para Pelé. Com um leve totó, ele deixa Jairzinho na cara do gol, que solta o foguete para as redes do goleiro Banks.

9. ARTILHARIA AÉREA

Falcão (Internacional) – Inter-RS 2 X 1 Atlético-MG – (Brasileirão de 1976)

No último minuto da semifinal, a dupla Falcão e Escurinho rompe a forte defesa atleticana usando a cabeça. Pela esquerda, Dario lança a bola para Escurinho, que toca para Falcão. Os dois fazem uma incrível tabelinha de cabeça, Falcão chuta de direita e… gol! Tudo ensaiado, como diz Falcão: “Treinamos aquela jogada várias vezes. Diziam para a gente parar que não ia dar certo”. Mas deu…

10. MIL VEZES PELÉ

Pelé (Santos) – Santos 2 X 1 Vasco – (Taça de Prata de 1969)

Só mesmo o “rei” para transformar um pênalti, o gol mais feito do futebol, em um momento histórico. Santos e Vasco empatavam no Maracanã lotado quando Pelé cai na área cruzmaltina. Pênalti. Ele dá a tradicional “paradinha” e chuta no canto esquerdo de Andrada. Gol, o milésimo dele — Pelé foi o primeiro a atingir essa marca.

1. Recebendo o passe atrás do meio campo, Maradona rodopia com a bola, se livra de dois rivais e dispara em direção ao gol

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2. Com velocidade, ele passa pelo inglês Reid, pula Fenwick para evitar a falta, entra na área e dribla o goleiro Shilton

3. Antes do chute, ele ainda recebe um carrinho de Reid. Mesmo caído, Diego empurra a bola para o fundo das redes

Goleada de prêmios
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Cinco categorias especiais para completar nosso ranking

MAIOR GOL DE FALTA – Roberto Carlos (Brasil)

Brasil 1 X 1 França (Torneio da França de 1997)

O lateral Roberto Carlos precisou de potência, efeito e precisão para vencer o goleiro Barthez em uma falta inesquecível. O petardo de canhota atinge 103 km/h, pega um superefeito, passa por fora da barreira e estufa a rede no canto esquerdo do gol.

MAIOR GOL DE CABEÇA – Pelé (Brasil)

Brasil 4 X 1 Itália (Copa do Mundo de 1970)

Com uma cabeçada forte como um chute, Pelé abre o placar da decisão do Mundial de 1970. O cruzamento de Rivelino vem alto, mas o “rei” voa para testar no ângulo de Albertosi. O zagueiro italiano Fachetti reconheceria depois: “Subi para cabecear, desci, olhei para cima e Pelé ainda estava no alto. Parecia que podia ficar lá quanto quisesse”.

MAIOR GOL ROUBADO – Maradona (Argentina)

Argentina 2 X 1 Inglaterra (Copa do Mundo de 1986)

Antes do maior gol da história, Maradona já havia marcado contra a Inglaterra. Aliás, ele não: “Foi o gol da mão de Deus”, diria “Dieguito” ao comentar como ele iludiu o árbitro, desviando a bola com a mão para as redes depois uma dividida aérea com o goleiro Shilton.

MAIOR GOL CONTRA – Oséas (Palmeiras)

Palmeiras 1 X 1 Corinthians (Paulistão de 1998)

O atacante cabeceou um escanteio do corintiano Marcelinho para marcar um golaço contra seu próprio time, o Palmeiras. “Não consegui isolar a bola porque o chute veio rápido e com efeito”, afirmou. Dois anos depois, Oséas reincidiu no “crime” e fez outro gol contra quando jogava pelo Cruzeiro — de novo, de cabeça.

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MAIOR GOL NÃO MARCADO – Pelé (Brasil)

Brasil 3 X 1 Uruguai (Copa do Mundo de 1970)

O Uruguai já estava batido, mas Pelé queria deixar seu gol na partida. No final, ele engana o goleiro Mazurkiewicz, passando por um lado e deixando a bola correr de outro. Mais à frente, ele pega a pelota e chuta para o gol. Caprichosa, ela raspa a trave. E sai.

Craques e “peladeiros” do júri: Casagrande (TV Globo); Celso Unzelte (autor de O Livro de Ouro do Futebol); Falcão (TV Globo); Juca Kfouri (TV Cultura e Rádio CBN); Mauro Beting (Bandsports e Rádio Bandeirantes); Milton Neves (TV Record e Rádio Jovem Pan); Paulo Vinícius Coelho (ESPN Brasil); Roberto Avallone (Rede TV! e Rádio Bandeirantes); Rodrigo Bueno (Folha de S. Paulo); Ruy Carlos Ostermann (Zero Hora e Rádio Gaúcha); Sérgio Xavier (Placar); “Boleiros” da Família Super: Adriano Silva, Celso Miranda, Fabio Volpe, Lauro Henriques Jr., Paulo Nogueira e Rodrigo Ratier

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