Qual foi a pior erupção de vulcão do mundo?
Se a gente considerar como “pior” a erupção que matou mais gente, a trágica campeã foi a do vulcão Tambora, na ilha de Sumbawa, na Indonésia. Ele acordou do seu sono em 1815, numa explosão que matou 92 mil pessoas! Além de terrivelmente letal, o despertar do Tambora também foi superpotente: ele atingiu nível 7 […]
Se a gente considerar como “pior” a erupção que matou mais gente, a trágica campeã foi a do vulcão Tambora, na ilha de Sumbawa, na Indonésia. Ele acordou do seu sono em 1815, numa explosão que matou 92 mil pessoas! Além de terrivelmente letal, o despertar do Tambora também foi superpotente: ele atingiu nível 7 no índice de explosividade vulcânica, uma escala que mede a intensidade das erupções e varia entre 0 e 8. “Uma explosão como essa só ocorre uma vez em milhares de anos. Os fluxos de lava e rochas chegaram ao oceano e provocaram explosões secundárias nas ilhas próximas”, afirma o geólogo Carlos Augusto Sommer, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Depois da catástrofe, a montanha do vulcão ficou com metade da altura que tinha e formou uma enorme cratera, hoje cheia dágua. O século 19, aliás, foi um dos que concentraram algumas das piores erupções de todos os tempos. A famosa explosão do Krakatoa, na Indonésia, fez 36 mil vítimas em 1883. A do monte Pelée, no comecinho do século 20, deixou 29 mil mortos carbonizados por uma enxurrada de substâncias quentes na ilha de Martinica, na América Central. Mais recentemente, em 1985, uma explosão relativamente pequena, a do vulcão Nevado Del Ruiz, na Colômbia, fez com que uma geleira derretesse e soterrasse o povoado de Armero, matando 23 mil pessoas. Um desastre considerável, sem dúvida, mas nada que se compare à explosão do Tambora. No infográfico destas páginas, a gente segue o rastro quente de destruição da “mãe” de todas as erupções.
Na Internet:
O despertar do Tambora fez 92 mil vítimas na explosão mais mortal de todos os tempos
1. A erupção mais letal da história começou em 5 de abril de 1815, quando duas placas que formam a crosta terrestre se chocaram sob Sumbawa, uma ilha densamente povoada na Indonésia. A trombada subterrânea abriu caminho para que o magma do interior do planeta chegasse à superfície, despertando o adormecido vulcão Tambora
2. No início da erupção, o vulcão vomitou uma enorme quantidade do chamado fluxo piroclástico uma mistura de fragmentos de rocha e lava. Avançando pelas encostas a mais de 700 km/h, a enxurrada incandescente chegou a 500 ºC e pode ter carbonizado 10 mil pessoas em seu caminho de descida
3. Junto com a enxurrada vieram as nuvens ardentes, compostas por gás e poeira quente também liberados pela explosão. Além de causar problemas respiratórios na população, essa mistura superquente queimou matas e construções em um raio de dezenas de quilômetros ao redor do vulcão
4. Depois da erupção inicial, o Tambora passou por cinco dias de calmaria. O descanso foi interrompido pela liberação de outra gigantesca nuvem de fuligem, que alcançou uma altura de 44 quilômetros e provocou três dias de escuridão num raio de 500 quilômetros
5. Por causa da fuligem, as lavouras ficaram cobertas por cinzas e foram destruídas. O peso da crosta de pó também fez desabar telhados de casas a até 1 300 quilômetros de distância do vulcão. Com tudo isso, os especialistas estimam que outras 82 mil pessoas morreram em poucos dias devido a causas indiretas da erupção, como fome, desabamentos e doenças
6. Os efeitos do desastre ultrapassaram os limites da ilha de Sumbawa, onde fica o Tambora. As ilhas vizinhas como Java também foram arrasadas. O clima nesses locais ficou quente e seco, matando indiretamente muita gente nos anos que se seguiram ao desastre só na ilha de Lombok, os cálculos falam entre 44 mil e 100 mil mortos
7. A notícia da explosão demorou seis meses para chegar ao mundo ocidental (lembre-se de que não havia rádio, TV ou internet), mas seus efeitos foram sentidos até no hemisfério norte. A liberação de gases como o dióxido de enxofre diminuiu a incidência de raios solares na Terra. Como conseqüência, a Europa teve o chamado “ano sem verão” e a temperatura global caiu 3 ºC