Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Que tipos de pistas os peritos procuram na cena de um crime?

Por Marina Motomura
Atualizado em 22 fev 2024, 11h09 - Publicado em 18 abr 2011, 18h51
cena-de-crime-csi-peritos-policia

Os bons investigadores vasculham tudo que ajude a descobrir a identidade de um suspeito, desde as pistas mais óbvias, como gotas de sangue, fios de cabelo e impressões digitais, até detalhes sutis da cena. É quase impossível o autor de um delito não deixar ao menos um rastro que auxilie os especialistas a seguir seus passos. “O local do crime é a última oportunidade de a vítima falar”, afirma a perita Eliana Sarres Pessoa, do Departamento de Criminalística da Polícia Civil de Porto Alegre (RS). No caso de um assassinato, por exemplo, a vítima “fala” por meio da posição em que o corpo foi encontrado, das manchas no cadáver e de nacos de pele presentes sob as unhas, que podem indicar uma luta violenta. Claro que, isoladamente, um detalhe quase nunca esclarece o crime. Por isso, os investigadores consideram o conjunto de evidências. No exemplo de homicídio do infográfico ao lado, vamos supor que a vítima tenha sido morta com um tiro na nuca. Nessa situação, por mais que o corpo seja encontrado com a arma na mão, a hipótese de que a pessoa tenha se matado é improvável. A explicação mais lógica é que o verdadeiro autor dos disparos quis simular o suicídio para se livrar da culpa. Para dar conta de tantas minúcias, os peritos carregam uma arma indispensável: a câmera fotográfica. “A primeira coisa que um investigador faz no local do crime é parar na entrada e clicar tudo. Mesmo que um perito mais descuidado depois chute para longe uma bala de arma, por exemplo, é possível recuperar sua localização original com as fotografias”, diz Eliana. Em alguns casos, entretanto, as dúvidas sobre a autoria e os motivos do crime continuam mesmo depois da coleta de todas as provas. Quando isso acontece, os especialistas recorrem a uma outra técnica de investigação: a reconstituição do crime, que confronta os depoimentos dos acusados e das testemunhas com o laudo dos investigadores.

Mergulhe nessa

Na internet:

https://www.apcf.org.br

https://people.howstuffworks.com/luminol2.htm

Quebra-cabeça policial Formato das gotas de sangue, rigidez do cadáver e outros detalhes ajudam na investigação
Continua após a publicidade

POSIÇÃO FINAL

Os investigadores examinam a posição do cadáver para saber se ela é compatível com o tiro recebido. Se os dados não baterem, eles checam se havia algum móvel que tenha atrapalhado a queda. Com essa técnica, a idéia é indicar se o corpo realmente sofreu o impacto previsto ou se foi “ajeitado” pelo suspeito antes de abandonar a cena do crime

TAMANHO É DOCUMENTO

O tamanho e o formato da gota de sangue indicam como ocorreu a agressão. Gotas arredondadas mostram que o sangue caiu de uma altura pequena — a vítima pode ter levado um tiro enquanto estava sentada ou abaixada. As gotas de formato irregular apontam que o sangue espirrou de uma altura maior — provavelmente, a vítima estava de pé

CRONOLOGIA MACABRA

Até três dias depois do assassinato, os peritos determinam o horário exato do crime. Eles observam a rigidez do cadáver (o corpo fica duro oito horas após a morte) e as manchas verdes que marcam o início da decomposição (após 24 horas). Depois de 72 horas, os investigadores procuram insetos e vermes decompositores. Examinando seu ciclo de reprodução, dá para estimar a hora em que o crime ocorreu

1. ESCUTA DIGITAL

Não é só por meio das digitais que se pode identificar um suspeito. A orelha impressa também exerce mais ou menos a mesma função. Isso porque o contorno do ouvido é único, revelando a identidade de um possível assassino que tenha escutado o walkman da vítima ou espionado por trás da porta

Continua após a publicidade

2. LENDO AS MÃOS

Além das digitais, as mãos também trazem outra pista importante: as unhas. Se elas estiverem quebradas, provavelmente houve briga antes do assassinato. Se a vítima tiver arranhado o agressor, pode ter ficado com restos de pele sob as unhas. Todos esses vestígios serão colhidos pelos peritos, que têm mais um material para o exame de DNA

FUGA DENUNCIADA

Uma porta arrombada indica que o assassino forçou a entrada no local. Mas e se ela estiver intacta? É hora de checar os detalhes, investigando, por exemplo, em qual lado ficou a chave. Se ela estiver por dentro, as suspeitas são que o criminoso tenha escapado pela porta — ou, ainda, que a vítima pode ter cometido suicídio

ALERTA VERMELHO

Com o sangue da vítima, dá para descobrir o código genético dela com um exame de DNA, além de saber se ela tomou álcool ou drogas. Mesmo que as manchas tenham sido eliminadas com água e sabão, dá para rastrear os vestígios com o chamado luminol, composto químico que reage com o ferro presente no sangue. Os peritos espalham o produto pelo chão e jogam luz ultravioleta, fazendo brilhar os locais onde havia sangue

VESTÍGIOS DA PANCADARIA

Quando a mobília da casa está toda bagunçada e há objetos quebrados, a dica para os investigadores é clara: é quase certo que houve uma tremenda briga antes do assassinato

Continua após a publicidade

ESTILHAÇOS SUSPEITOS

Uma janela quebrada mostra que o suspeito tentou invadir a cena do crime ou agredir a vítima, certo? Nem sempre. Pelo jeitão dos fragmentos, dá para saber em qual ângulo e em qual direção a janela foi quebrada. Se uma pedra estilhaçou o vidro a partir do lado de dentro, o assassino pode ter quebrado a janela para confundir os peritos

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.