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Os segredos -reais e imaginários- escondidos na Mona Lisa

Sorriso enigmático, erros de restauração e até uma gravidez: saiba o que é real, e o que é pura imaginação, nas teorias envolvendo o quadro mais famoso do mundo

Por Carolina Canossa
Atualizado em 2 Maio 2019, 11h43 - Publicado em 9 nov 2015, 16h32

Às vezes, parece que ela está sorrindo, às vezes não. Há uma explicação científica para isso. Segundo Margaret Livingstone, da Universidade Harvard, ao olhar diretamente nos olhos de Monalisa, nossa visão periférica é enganada pelas sombras da maçã do rosto, que sugere que os lábios estão curvados, dando a aparência de que ela está sorrindo.

Isso foi reforçado pelas pinceladas minúsculas do quadro. A sobreposição dessas camadas superfinas explica o fato de os olhos parecerem acompanhar quem a observa, dizem cientistas franceses. As pinceladas, de 0,3 mm de espessura, serviam para suavizar a transição luz-sombra. A técnica só foi descoberta com o uso de aparelhos de raio X.

 

RG, por favor

Ainda não há consenso sobre a identidade da figura retratada. Há estudiosos que defendem que se trata do próprio pintor. Outros dizem que a Gioconda (outro nome pelo qual a retratada é conhecida) é um auxiliar de Da Vinci, Gian Giacomo Caprotti, conhecido como Salai, com quem o artista teria mantido um caso. Por fim, existe a tese de que o rosto da tela seria o de uma escrava chamada Caterina, que, ainda por cima, seria a mãe de Leonard.

Grávida do ano

Pesquisadores do Canadá analisaram a obra com lasers e concluíram que Mona Lisa usa um véu típico da Itália do século 16, vestido por mulheres grávidas. Ou então eram só uns quilos a mais: um estudo da Universidade de Palermo, na Itália, diz que há sinais de ácidos graxos sob a pele dela, indicativo de colesterol alto. Além disso, Gioconda teria um lipoma, espécie de tumor benigno, no olho direito.

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Onde estou?

O cenário é alvo de muita especulação, especialmente porque a linha do horizonte do lado direito está acima da do lado esquerdo (e o ponto de conexão entre elas fica escondido atrás de Gioconda). Além disso, apesar desse declive, a água do cenário está parada – e não caindo, como deveria. A localização é outro mistério: especula-se que seja a cidade de Bobbio, Montefeltro ou uma aldeia próxima a Piacenza, todas na Itália

Autoretrato Autoretrato

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Chefe, foi mal

No fim da vida, Da Vinci se mudou para a França, e a Mona Lisa acabou ficando lá nos séculos seguintes. Mas nem sempre ela recebeu os melhores cuidados. A falta de sobrancelhas, por exemplo, foi uma presepada de um restaurador no século 17, que teria usado um solvente forte demais. O cenário teria ainda colunas nas laterais, cortadas para se encaixar na moldura, um procedimento comum em séculos passados.

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Pintura animal

O pintor e designer gráfico americano Ron Piccirillo assegura que é possível ver uma cabeça de leão, um búfalo, um rosto de macaco, uma serpente ou um crocodilo! Ao analisar textos de Da Vinci e o tal zoo escondido, ele concluiu que o artista fez uma representação disfarçada da inveja: o leão, por exemplo, foi morto por um leopardo. O motivo? Pura inveja

Olhos

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No fundo de seus olhos

O historiador Silvano Vinceti, presidente da comissão nacional de patrimônio cultural da Itália, garante ter encontrado pequenas inscrições, invisíveis aos olhos humanos, nas pupilas de Mona Lisa. Na direita, estaria escrito “LV”, em uma espécie de assinatura cifrada do artista. Na esquerda, apareceriam as letras B, S e, possivelmente, as iniciais CE. Mas nem o autor da teoria sacou o que elas querem dizer…

Por outro lado…

  • A hipótese mais aceita diz que Mona Lisa se chamava Lisa Gherardini, mulher de um rico comerciante de Florença, Francesco Del Giocondo – daí o nome “Gioconda”. A teoria é baseada em anotações de Agostino Vespuci, funcionário da chancelaria florentina, e de Giorgio de Vasari, primeiro biógrafo de Da Vinci.
  • Vinceti, ao fuçar as supostas letrinhas escondidas no olho de Mona Lisa, não analisou o quadro diretamente, mas sim uma cópia em alta definição. Por mais fiel que ela seja, não é 100% confiável.
  • O Museu do Louvre, onde o quadro está, declara, oficialmente, que fez diversos testes de laboratório entre 2004 e 2009 e que não encontrou nenhuma inscrição secreta nos olhos dela.
  • Da Vinci não deixou nenhum texto falando diretamente sobre Mona Lisa. Logo, a aparição de animais na tela e seu possível significado é uma interpretação pessoal de Ron Piccirillo.
  • De fato, não há consenso sobre a localização do cenário. Boa parte dos historiadores, inclusive, acredita que se trata de uma paisagem idealizada pela imaginação do pintor.
  • Exames dão conta de que Mona Lisajamais teve as laterais cortadas. Mas de onde vem a história das colunas? De cópias e esboços do quadro datados da mesma época, que podem, inclusive, ter contado com a colaboração de Da Vinci.

O quadro

Data – 1503-1506

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Técnica – Pintura a óleo sobre álamo

Dimensões – 77 cm × 53 cm

Localização – Museu do Louvre, Paris, França

FONTES Sites Museu do Louvre, Conselho Nacional de Pesquisa do Canadá, livrosMona Lisa Revealed, de Giuseppe Pallanti,Mona Lisa, de Donald Sasson, Enigma Leonardo, de Carla Glori e Ugo Cappello, Il Segreto della Gioconda, de Silvano Vinceti, Draw Like Da Vinci, de Susan White, e Leonardo da Vinci: A Chinese Scholar Lost in Renaissance Italy, de Angelo Paratico

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