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Cientistas encontram sete novos coronavírus em morcegos na África

Não, não há evidências que eles possam infectar humanos. Apenas cinco deles são similares ao coronavírus 229E, que causa resfriados comuns.

Por Carolina Fioratti
18 Maio 2020, 19h51

O mundo já está familiarizado com o SARS-CoV-2. Nem precisa de muita explicação para que todos se lembrem que essa sigla faz referência ao causador da Covid-19, doença pandêmica que já atingiu mais de 4 milhões de pessoas ao redor do globo. 

Você também sabe que ele é chamado de novo coronavírus. Esse nome não é à toa, afinal, não é a primeira vez que nos deparamos com um membro indesejado dessa família. Em 2002, o SARS-CoV-1 surgiu na China e foi responsável por causar a Síndrome Respiratória Aguda Grave, que matou cerca de 800 pessoas. Dez anos depois, o MERS-CoV apareceu na Arábia Saudita, sendo o causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio, que somou 850 mortes. Existem outros quatro tipos de coronavírus que infectam humanos, mas provocam apenas resfriados comuns. Sem contar os coronavírus que circulam apenas entre animais e não conseguem passar para humanos.

Os dois SARS-CoV derivaram de morcegos na Ásia, mas esse não é o único continente a contar com o vírus em alguns de seus animais. Pesquisadores do Centro Internacional de Pesquisa Médica, em Franceville (Gabão), encontraram sete novos coronavírus em morcegos na África.

Os cientistas testaram mais de mil morcegos que vivem em cavernas espalhadas pelo Gabão e descobriram que 18 dos animais portavam coronavírus – desses, sete são novos para a ciência. Cinco deles estavam relacionados ao coronavírus humano 229E, uma espécie que circula entre nós desde 1960, mas é daqueles que causam só um resfriado. Isso significa que as novas cepas encontradas podem agir de forma semelhante, mas é preciso mais estudos para confirmar. Os outros dois não estão relacionados a nenhum coronavírus humano conhecido, por isso, não é possível definir o risco. 

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No final de 2019, pesquisadores também haviam descoberto seis novos coronavírus na Birmânia, mas eles não possuem semelhança com os SARS-CoV ou o MERS-CoV.

Se você está se perguntando se algum deles é capaz de causar uma pandemia como a que estamos vivendo, saiba que não há resposta para isso. Os pesquisadores devem estudar a sequência genética dos novos coronavírus para saber se eles são capazes de acessar células humanas. Mas, de toda forma, o mais importante é que as pessoas mantenham distância dos morcegos, para evitar a transmissão viral. 

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O morcego é alvo de diferentes vírus (como coronavírus, ebola, entre outros) devido ao seu sistema imunológico, capaz de tolerar os agentes infecciosos com mais facilidade do que os seres humanos. Uma pesquisa feita em 2019 na Escola de Medicina Duke-NUS, em Singapura, mostrou que os morcegos produzem a proteína NLRP3 (responsável pela resposta inflamatória) em menor quantidade e numa versão menos sensível do que em outros mamíferos. Por isso, muitas vezes esses bichinhos são assintomáticos. Você pode conferir mais sobre a imunidade dos morcegos aqui.

Sabemos que, na China, o consumo de animais silvestres é comum para uma pequena parte da população. No Gabão, isso não é diferente. Lá, morcegos também fazem parte da alimentação. Porém, desde o início de abril, a venda e consumo desses animais está proibida em todo o país devido aos riscos de infecção. Mas mudar esse hábito não é tão simples, pois envolve várias questões culturais. A proibição pelo governo também pode não ser tão efetiva, já que a caça ilegal é uma realidade em todo o mundo. De toda forma, é preciso estar atento aos riscos e respeitar o espaço desses animais na natureza.

Não há cura ou imunização para a Covid-19. A recomendação do Ministério da Saúde, OMS e diversos órgãos de saúde é a mesma: ficar em casa, higienizar bem as mãos com água e sabão e, caso precise sair à rua, usar máscara. 

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