Adriana Baptistini Magdalena, São Paulo, SP
Quando uma pessoa sente uma forte emoção como um susto, por exemplo, as glândulas adrenais (localizadas na parte superior dos rins) liberam adrenalina. Ela entra na corrente sangüínea e prepara o organismo para enfrentar a situação. No coração, provoca o aumento dos batimentos. Com isso, mais sangue é bombeado para os músculos e a pessoa pode correr, se for o caso. A adrenalina estimula, ainda, uma contração dos vasos sangüíneos, que serve para “empurrar” o sangue e melhorar a irrigação em centros vitais, como o cérebro. O aumento de intensidade do trabalho cardíaco e o estreitamento dos vasos podem ocasionar o infarto – morte de tecidos por falta de oxigenação – se já houver alguma artéria coronariana (as que levam sangue ao coração) semi-obstruída. O coração é um músculo que, como qualquer outro, precisa de oxigênio. Quando o trabalho se intensifica, também aumenta a necessidade do gás. Se uma artéria que atende aquela região do corpo tiver alguma obstrução, vai deixar passar menos sangue do que o necessário e aí acontece o infarto. Outra possibilidade é que a contração de uma artéria que já tenha certo entupimento resulte em um bloqueio total, também causando o infarto. “Muitas vezes a pessoa nem sabe que o órgão está doente, mas nessa hora o problema se manifesta”, explica o cardiologista Noedir Stolf, do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, em São Paulo.