“Coronavírus dura apenas 5 minutos no ar”. Não é bem assim…
Notícia se baseou em um estudo questionável, que usou baixas concentrações do Sars-CoV-2. Entenda o caso.
O que a notícia dizia: O Sars-CoV-2 perde 90% da capacidade de infectar após poucos minutos flutuando no ar – pois as micropartículas de saliva e muco que envolvem o vírus evaporam, fazendo com que ele fique exposto e se despedace. Logo, ambientes fechados são muito menos perigosos do que parecem. Foi o que constataram cientistas da Universidade de Bristol após testes de laboratório com o vírus.
Qual é a verdade: O estudo (1) usou gotículas fabricadas em laboratório, com apenas 1 vírion (unidade do vírus) dentro de cada uma. Não reproduz fielmente uma situação real, em que cada gotícula pode conter até 200 vírions. Além disso, os cientistas diluíram em 10 vezes a “nuvem” de Sars-CoV-2 (o que reduz a infectividade dele) em alguns dos testes.
Fonte 1. The Dynamics of SARS-CoV-2 Infectivity with Changes in Aerosol Microenvironment. H Oswin e outros, 2022.